OscailtA Estratégia de Transformaçao Social em MalatestaArtigo que trata da proposta de Errico Malatesta para a transformação social.2009-10-20T21:54:52+08:00Anarkismoanarkismoeditors@lists.riseup.nethttp://www.anarkismo.net/atomfullposts?story_id=14723http://www.anarkismo.net/graphics/feedlogo.gifÓtimo texto!http://www.anarkismo.net/article/14723#comment118392009-10-20T21:54:52+08:00KhaledEste texto é uma excelente síntese das idéias-base do grandioso Malatesta. Inici...Este texto é uma excelente síntese das idéias-base do grandioso Malatesta. Iniciativa mais do que importante nesses tempos de retomada do anarquismo comprometido com a transformação social e a revolução.<br />
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Parabéns Felipe, por mais este ótimo trabalho!Malatesta x Makhno no debate sobre organizaçãohttp://www.anarkismo.net/article/14723#comment118632009-10-30T12:28:20+08:00CarlosFelipe, porque você não analisou a polêmica entre Malatesta e os "plataformistas...Felipe, porque você não analisou a polêmica entre Malatesta e os "plataformistas" sobre a questão da organização anarquista? <br />
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Apesar dos pontos positivos, em tentar esclarecer o pensamento de Malatesta, seu texto peca em não dá a devida importância a essa questão. Acho essa uma questão importante para entender o pensamento de Malatesta, pois aponta para uma discussão que vai para além da necessidade de organização, e discute que tipo de organização, que modelo organizacional devem adotar os anarquistas. <br />
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A polêmica Malatesta x Makhno não pode ser ignorada, não podemos ignorar esse debate histórico, pois corremos o risco de cair em uma falsificação histórica dos debates acerca da questão organizacional no anarquismo. Esse debate é bastante esclarecedor das posições de ambos sobre qual deve ser o modelo de organização dos anarquistas. Retomando por tabela o debate Plataforma x Síntese. Fica aqui uma questão para pensarmos: é sabido que Malatesta discorda da Plataforma, então, onde ele se posiciona no debate Plataforma x Síntese. Seria no lado da Síntese? Ou numa "terceira via" nunca esclarecida em lugar algum?<br />
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Aguardo a resposta. Ao Carlos - Malatesta e a Plataformahttp://www.anarkismo.net/article/14723#comment118752009-11-02T23:37:37+08:00Felipe C.Caro Carlos, eu não analisei este episódio assim como não analisei nenhum outro ...Caro Carlos, eu não analisei este episódio assim como não analisei nenhum outro debate dele em especial (com os antiorganizacionistas, individualistas, sindicalistas etc.), mas sim tentei, a partir de referências diversas, expor a lógica de sua estratégia de transformação. <br />
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Minha intenção com este artigo é iniciar um raciocínio de que que existem similaridades entre a concepção estratégica de Malatesta e a Plataforma - tema que pretendo desenvolver mais a frente em outros artigos. Tanto isso é verdade que a Federação Anarquista Uruguaia, por exemplo, concebeu toda a sua base estratégica sobre o pensamento de Malatesta (em recente entrevista que fiz com o J. C. Mechoso ele expõe isso muito claramente) e historicamente ela se apresentou de maneira muito similiar à Plataforma, que chegou ao conhecimento dos uruguaios muito depois - inclusive na participação armada que tiveram durante a ditadura.<br />
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Acredito que algumas posições de Malatesta - especialmente às do final do século XIX, em torno da reflexão do partido anarquista - trazem elementos importantes da estratégia bakuninista (que para mim é a base da Plataforma). Agora não estou falando que uma coisa é a mesma que a outra. Não há dúvidas que a experiência da Revolução Russa permitiu ao "Grupo dos Anarquistas Russos no Estrangeiro" que pudessem aperfeiçoar o modelo de organização e que isso significasse um "salto qualitativo" em termos de modelo organizacional em relação à Bakunin e Malatesta. <br />
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Em relação à "discordância" de Malatesta em relação à Plataforma, algumas coisas devem ser colocadas. Primeiro, suas condições na época (prisão domiciliar, ficando sabendo das notícias por outros e não por ele mesmo), o que facilitou, ao meu ver, a atmosfera de mal-entendido. Ou seja, ele viu a discussão da Plataforma pelos olhos dos outros e não pelo seu próprio. Segundo, a tradução de Volin da Plataforma que, realizada de maneira bastante "parcial" contribuiu com toda a discordância que se deu em torno dela. Para isso, cito o Skirda, tradutor dos documentos de Dielo Truda do russo:<br />
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"Lembremos que a primeira tradução efetuada por Volin fora contestada por ser 'ruim e pesada', o tradutor não tendo 'tomado cuidado de adaptar a terminologia, as frases ao espírito do movimento francês' . Procuramos saber a que podiam aplicar-se essas censuras e encontramos, com efeito, vários termos conscientemente deformados: napravlenie, que significa tanto 'direção' como 'orientação', foi sistematicamente empregado no primeiro sentido; idem para o verbo rukovodsvto, significando 'conduta', e o verbo que nele originou-se, 'guiar, conduzir, dirigir, administrar', foi também sistematicamente traduzido por 'dirigir'. O caso é ainda mais flagrante na última frase da Plataforma, zastrelchtchik, significando 'instigador'; foi traduzido por 'vanguarda'. Foi assim que, por leves pinceladas, o sentido profundo do texto pôde ser alterado. Tudo isso é desagradável pois o tradutor, Volin, foi, em seguida, o principal detrator da Plataforma."<br />
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Finalmente, se observarmos com cuidado a dicussão toda entre Makhno, Arshinov e Malatesta, veremos que ao final, com todos os esclarecimentos feitos, Malatesta aceita muito mais a Plataforma do que em seu primeiro texto (apesar da divergência com relação à responsabilidade coletiva). Muita gente só lê a primeira crítica de Malatesta "Um Projeto de Organização Anarquista" de 1927 e julga toda a discussão por ele. É importante que se veja todos os artigos de Malatesta no debate: "Resposta de Malatesta a Nestor Makhno" de Malatesta de 1929 e "A Propósito da "Responsabilidade Colectiva" de 1930. Podem ser lidos aqui: <a href="http://www.nestormakhno.info/portuguese/index.htm" title="http://www.nestormakhno.info/portuguese/index.htm">http://www.nestormakhno.info/portuguese/index.htm</a>.<br />
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Ainda assim, acredito que Malatesta, em outros momentos de sua vida, defendeu a união dos anarquistas com uma proposta que se aproximaria da síntese (ao meu ver porque ele temia o desaparecimento da ideologia e por isso sustentava que aqueles que se definissem anarquistas deveriam estar juntos). Assim como em outros momentos, devendeu o "insurreicionalismo" (eventos insurreicionais que gerariam movimento de massas) que também se diferencia da estratégia do "anarquismo de massas" desta abordagem que dei acima. Ou seja, Malatesta, durante a vida, adaptou e reviu esta estratégia - o que é normal, pois ele tentava adaptá-la à conjuntura. No entanto, acho que esta que coloquei é a que me parece mais interessante e coerente.<br />
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Finalmente, se tivéssemos que posicionar Malatesta entre a síntese ou a plataforma, eu acredito que ele tenha muito mais similaridades com a Plataforma (ainda que, como disse, não seja a mesma coisa) do que com a síntese. Isso eu tentei colocar nos argumentos deste texto. Por exemplo: <br />
- Anarquismo como ideologia de transformação social apontando para um projeto finalista (de socialismo e liberdade) a ser alcançado pela revolução social violenta. (Similaridade com proposta da Plataforma). Na síntese, o anarquismo pode ser qualquer coisa, ser revolucionário ou não, defender revolução social ou não, defender a violência ou o pacifismo.<br />
- A transformação da sociedade não se dá pela evolução, mas pela vontade do povo que, mobilizado, pode promovê-la. (Similaridade com proposta da Plataforma). Na sínetse a concepção "evolucionista" é aceita.<br />
- Necessidade de organização com objetivo determinado. (Similaridade com proposta da Plataforma). Na síntese, militantes antiorganização e individualistas são aceitos.<br />
- Diferenciação entre organização política revolucionária (partido) e movimentos populares (massas). (Similaridade com proposta da Plataforma). Na síntese, outras propostas como trabalhar um nível só (anarco-sindicalismo) ou não apoiar esta diferença de níveis são aceitas.<br />
- Relação antiautoritária entre esses dois níveis de atuação (partido e massas). (Similaridade com proposta da Plataforma).<br />
- Não ideologizar os movimentos populares, fazendo com que lutem por melhorias imediatas e que isso possa apontar para uma luta de longo prazo (revolucionária). (Similaridade com proposta da Plataforma). Na síntese são aceitas posições que ideologizam movimentos populares (anarco-sindicalismo, em que os militantes do nível de massas devem ser anarquistas) e também propostas que acham que as lutas de curto prazo são reformistas. <br />
- Posicionamento contrário às mudanças por meio do Estado (revolucionárias ou reformistas). (Similaridade com proposta da Plataforma).<br />
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Obviamente que não há tanta similaridade em relação ao formato da organização política (ponto positivo da Plataforma ao meu ver). Ainda assim, há que levar em conta que o modelo da Plataforma foi concebido para uma situação revolucionária, com um movimento popular em efervecência e por isso a necessidade de uma organização com bases bastante rígidas. Em outros momentos, ao meu ver, isso pode ser flexibilizado (como propôs Malatesta), de acordo com a conjuntura e as necessidades do nível social (movimentos populares). <br />
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A permanência da críticahttp://www.anarkismo.net/article/14723#comment119622009-11-22T09:38:24+08:00CarlosMuito obrigado pela atenção e a resposta educada.
se o entendi você tenta a apr...Muito obrigado pela atenção e a resposta educada.<br />
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se o entendi você tenta a aproximação entre Malatesta e a Plataforma por seus pontos em comum. Mas você também reconhece que em diferentes períodos Malatesta adotou outros métodos e sua concepção se aproximou da Síntese, isso por motivos que você assinalou como as mudanças de conjuntura e o "medo" de desapareimento da ideologia. <br />
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Acredito que a tradução tendenciosa de Volin possa ter afetado o entendimento da Plataforma, mas não acredito que a base da discordância venha de uma tradução, mas do princípio da responsabilidade coletiva, no caso específico de Malatesta, pois outros iriam discordar também dos pontos sobre a Defesa da Revolução e da própria concepção de classe do anarquismo.<br />
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O que quero dizer é que também é importante ressaltar as diferenças entre eles, não somente as semelhanças, só assim poderemos ter uma noção histórica correta do debate político entre as concepções de Malatesta e Makhno e quais seus desdobramentos para a militância anarquista da época e de hoje. <br />
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Quanto a FAU, fico no aguardo de uma possível publicação de sua entrevista com Mechoso, mas reluto em acreditar que as bases "malatestianas" usadas pela FAU para sua eleboração teórica e prática tenham origem nos "momentos sintetistas de Malatesta". Acredito que elas provenham da parte do pensamento de Malatesta que era próxima a de Bakunin. Imagine a OPR-33 funcionando sem a responsabilidade coletiva ou a subordinação as diretrizes políticas globais da FAU!<br />
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Sua resposta traz elementos interessantes para o debate. Caberia a conjuntura o papel de determinar o modelo de organização anarquista, no sentindo de que poderíamos ir de um modelo plataformista para um sintetista dependendo do momento histórico? Acredito que a conjuntura influa por exemplo na adoção ou não de uma linha militar da organização anarquista, que ela influa no momento em que essa linha deva "entrar em ação", deixando claro que a elaboração de uma linha militar é algo bastante anterior a formação de uma conjuntura de guerra civil por exemplo. Acho um retrocesso para o anarquismo passar de um modelo plataformista para um sintetista por causa de mudanças conjunturais, como parece ter feito Malatesta. <br />
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Em que pontos você acha que a Plataforma possui "bases bastante rígidas" ? Sabemos que ela foi elaborada tendo em vista o fracasso do anarquismo na Revolução Russa, mas era do interesse de seus criadores que ela servisse para a imediata reorganização do "movimento anarquista", como prova a realização da conferência internacional realizada no cinema Les Roses em Paris em 1927. Não podemos cair no erro de compreender a Plataforma como sendo apenas o fruto de um contexto histórico de estágio avançado da luta de classes via guerra civil, seus princípios foram pensados para o uso imediato como forma de reorganizar o anarquismo.<br />
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Agradeço a atenção, no momento são essas minhas interrogações, caso tenha me esquecido de mais alguma gostaria de continuar o debate.<br />
valeu.