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«Exigir o pagamento da dívida externa é um crime»

category international | economy | other libertarian press author Sunday September 10, 2006 16:48author by Francisco Trindade Report this post to the editors

«Exigir o pagamento da dívida externa é um crime»

«Exigir o pagamento da dívida externa é um crime»

Apresentamos o novo texto do blog http://www.franciscotrindade.blogspot.com

Texto intitulado

«Exigir o pagamento da dívida externa é um crime»

Segue-se excerto do texto que pode ser lido na íntegra em
http://www.franciscotrindade.blogspot.com

Como, e para o benefício de quem, funcionam as finanças globais? Eric Toussaint, activista belga, historiador, cientista político, membro da CADTM (Comité pela Anulação da Dívida do Terceiro Mundo), membro do conselho científico da ATTAC francesa e membro do conselho internacional do Fórum Social Mundial, defende, juntamente com Damien Millet, o perdão da dívida externa dos países em desenvolvimento. No livro 50 Perguntas, 50 Respostas sobre a Dívida. O FMI e o Banco Mundial (Boitempo, 2006), ele analisa os mecanismos utilizados pelos países ricos para exercer um domínio, que se constitui como «uma nova forma de colonização», praticada por intermédio das dívidas dos países de terceiro mundo e da acção das instituições multilaterais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial (BIRD).

O livro e o seu pensamento foram o tema da entrevista que a IHU On-Line realizou com ele, por telefone. Nela, ele também fala da conjuntura nacional e latino-americana.

IHU ON-LINE – Porque a dívida externa é definida como um grande estelionato?

ERIC TOUSSAINT – O montante pagável em termos de serviço da dívida externa ou interna pública é calculado em uma quantidade muito maior do que a dívida inicial. Através do pagamento, os países endividados transferem, a preços muito altos, a dívida original. A segunda questão é que os países ou os órgãos credores são, na sua maioria, bancos privados ou o que se chama de investidores institucionais, que são os fundos de pensões ou sociedades secretas de segurança pública. São esses credores privados os possessores do dinheiro e os países endividados têm a dívida que é, na sua maioria, em muitos aspectos, uma dívida odiosa, nula, por várias razões. O país que contrai a dívida possui um regime do tipo despótico, militar. É o caso do Brasil, onde houve o regime de ditadura militar entre 1964 e 1985. Em outros países, as ditaduras militares prolongaram¬ se até aos anos 1990, como a Indonésia, onde a ditadura durou de 1965 a 1998, o Congo, de 1965 a 1995, ou o regime do Apartaid, na África, dos anos 1940 até 1994. Grande parte da dívida dos países ditadores em desenvolvimento é uma dívida na sua maioria odiosa, e as novas dívidas que foram contratadas depois da queda das ditaduras servem para pagar as antigas dívidas contraídas pela ditadura. Então, continuar a exigir o pagamento da dívida externa, para mim, é de certa forma um crime. Uma exigência que não tem base nem ética, nem moral, nem é economicamente aceitável.
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Saudações proudhonianas
Até breve
Francisco Trindade

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