user preferences

New Events

Rússia / Ucrânia / Bielorússia

no event posted in the last week

Contra a Guerra e o Militarismo na Ucrânia! Pela Luta Auto-organizada e a Revolução Social!

category rússia / ucrânia / bielorússia | imperialismo / guerra | opinião / análise author Saturday February 26, 2022 22:07author by Várias organizações anarquistas Report this post to the editors

Uma proclamação do presidente russo Vladimir Putin deu luz verde para a invasão militar russa da Ucrânia. Putin afirma que o ato de guerra da Rússia contra a Ucrânia visa apoiar a Crimeia ocupada pela Rússia e as Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk na Ucrânia, que está flertando com a adesão à OTAN por instigação ocidental. Na terça-feira, 22 de fevereiro, a Rússia reconheceu a independência de seus protetorados informais em Donbas, exacerbando as tensões existentes com o eixo Euro-Atlântico que apoia o regime ucraniano.
notaucrania1024x1024.jpg

Não se deve esquecer que uma guerra civil de baixa intensidade está ocorrendo na Ucrânia desde 2014, quando o então governo pró-russo do Presidente Yanukovych foi derrubado por uma “Revolução Laranja” que trouxe ao poder um regime pró-ocidental disposto a se alinhar com o eixo Euro-Atlântico. A Euromaidan, da qual o bloco imperialista Ocidental se beneficiou, tirou a Ucrânia da esfera de influência da Rússia. Também fortaleceu a extrema-direita ucraniana, que ganhou assentos no parlamento e desenvolveu unidades paramilitares que cometeram atrocidades contra pessoas falantes de russo e membros de sindicatos.

A Rússia, por outro lado, não estava preparada desde o início para perder sua posição imperialista na Ucrânia e especialmente na região da Crimeia, sem se importar com a vontade do povo ucraniano. A revolta da Euromaidan pode ter resultado no regime neoconservador com o qual terminou, mas não há ninguém iludido de que recusa a esse regime tenha saído do sentimento “anti-fascista” da Rússia ou de sua “necessidade de proteger os cidadãos russos”. Afinal, o regime autoritário de Putin na Rússia recompensou nazistas e fascistas dentro do país, prendendo e matando antifascistas, enquanto as numerosas intervenções do imperialismo russo em áreas da ex-URSS não precisavam de tal justificativa. A Rússia queria e ainda quer uma coisa: impor seus próprios termos nos antagonismos imperialistas em evolução. Não tolerará o cerco militar a que alega estar sendo submetido pela OTAN, a instalação de armas nucleares à sua porta, a incitação ocidental da Ucrânia para aderir à OTAN, a tentativa de bloqueio energético de seu fornecimento de gás aos países da UE e a redução de seu controle sobre a antiga periferia soviética. Outro fator é o nacionalismo flagrante dentro da classe dominante da Rússia – a Ucrânia é onde está a origem do Estado russo (a Rus’ de Kiev) e a região leste da Ucrânia é habitada por ucranianos russófonos. Para esses oligarcas, ou a Ucrânia não deveria existir, pois eles desejam uma nação russa unificada como dita a doutrina do irredentismo, ou ucranianos (junto aos bielorussos) são vistos como parte da nação russa.

Por outro lado, os EUA e o campo Euro-Atlântico, com destaque para o Reino Unido, estão pressionando em violação aos acordos internacionais para a expansão oriental da OTAN, o exercício de pressão econômica e energética sobre a Rússia em favor do gás natural liquefeito (GLP) dos EUA e o controle da rota comercial ártica, que se abre com o derretimento do gelo devido ao efeito destrutivo do capitalismo sobre o meio ambiente natural e o ecossistema. Tanto a Rússia quanto os EUA estão tentando exportar sua crise interna para o exterior, enquanto tentam provocar mudanças na hierarquia imperialista global.

A Rússia arregimentou cerca de 200.000 tropas na fronteira com a Ucrânia. O exército russo está golpeando todo o território ucraniano com bombardeios. No momento em que escrevemos esta declaração, o exército russo está atacando principalmente da Crimeia, Lugansk e Kharkiv. As primeiras baixas da guerra imperialista são um fato. Já se fala de baixas civis. O governo ucraniano, que, não esqueçamos, é uma amálgama de neoliberais e neoconservadores, declarou lei marcial em todo o país. Ainda estamos no início dos horrores da guerra.

Os únicos perdedores da guerra são a classe trabalhadora mundial, especialmente os proletários da Ucrânia e da Rússia. Eles são os destinados ao papel de bode expiatório dos Estados e dos capitalistas.

A guerra imperialista está sendo travada para a divisão das esferas de influência, das rotas energéticas e do rearranjo do poder geopolítico. Não temos interesse em lutar pelos interesses dos poderosos, pelos interesses do Capital. Além disso, espera-se que a eclosão da guerra traga mais aumentos de preços e inflação tanto na energia quanto nas mercadorias básicas, colocando ainda mais pressão nos bolsos daqueles que já são incapazes de atender suas necessidades básicas. Não devemos esquecer que a guerra é uma solução do capital para superar as crises estruturais de sobreacumulação das quais o capitalismo é periodicamente afligido. A destruição do capital fixo (meios de produção) e variável (força de trabalho) abre o caminho para a reconstrução e o desenvolvimento capitalista.

Nosso dever revolucionário e de classe exige a organização e o fortalecimento do movimento internacionalista, antiguerra e anti-imperialista da classe trabalhadora. A lógica de um imperialismo mais agressivo ou mais progressista é uma lógica que leva à derrota da classe trabalhadora. Não pode haver um caminho imperialista a favor do povo. Os interesses da classe trabalhadora não podem ser identificados com os dos capitalistas e das potências imperialistas. A sabotagem da máquina de guerra, a organização da classe e do movimento antiguerra internacionalista e o fortalecimento das lutas sociais e de classe na direção da revolução social mundial para a construção de uma sociedade comunista libertária são as tarefas urgentes e históricas dos oprimidos e explorados em todos os lugares. Não podemos e não devemos nos contentar com arranjos medíocres e prejudiciais.

Os trabalhadores e trabalhadoras, pessoas desempregadas e jovens não têm motivos para ir à guerra pelos interesses da classe dominante. Estejamos conscientes de nossa posição social e de nossos interesses de classe. Que estes sejam os indicadores de nossa atitude e ação e não a retórica beligerante, ordeira e nacionalista promovida pelos patrões e os meios de propaganda que eles controlam. Não pagaremos a crise do sistema capitalista com nosso sangue. Não saíremos à matança junto aos pobres e miseráveis de outros países. Pelo contrário, é nosso dever bloquear a máquina de guerra e reconstruir as resistências sociais e de classe, com a promoção dos interesses de classe e das necessidades materiais da base social como nosso princípio orientador. Organizar-nos nas formações sociais e de classe da classe trabalhadora, organizando em termos de massa e militância o contra-ataque de nossa classe. Este sistema dá origem às guerras e é responsável pela pobreza, injustiça, exploração e opressão. Portanto, é hora de desafiá-lo de forma organizada e dinâmica, organizando sua destruição em escala internacional.

NÂO À GUERRA QUE NÃO SEJA DE CLASSES!
NEM A OTAN, NEM MOSCOU!
SABOTAGEM DE CLASSE E INTERNACIONALISTA DA MÁQUINA DE GUERRA!
CONTRA O MILITARISMO E A GUERRA: PELA LUTA AUTO-ORGANIZADA E A REVOLUÇÃO SOCIAL!

☆ Alternativa Libertaria (AL/FdCA) – Itália
☆ Anarchist Communist Group (ACG) – Grã Bretanha
☆ Anarchist Federation – Grécia
☆ Aotearoa Workers Solidarity Movement (AWSM) – Aotearoa/Nova Zelândia
☆ Coordenação Anarquista Brasileira (CAB) – Brasil
☆ Federación Anarquista de Rosario (FAR) – Argentina
☆ Federación Anarquista Uruguaya (FAU) – Uruguai
☆ Embat, Organització Libertària de Catalunya – Catalunha, Espanha
☆ Libertäre Aktion (LA) – Suíça
☆ Melbourne Anarchist Communist Group (MACG) – Austrália
☆ Organización Anarquista de Córdoba (OAC) – Argentina
☆ Organización Anarquista de Santa Cruz (OASC) – Argentina
☆ Organización Anarquista de Tucumán (OAT) – Argentina
☆ Organisation Socialiste Libertaire (OSL) – Suíça
☆ Roja y Negra – Anarchist Organisation (Buenos Aires) – Argentina
☆ Tekoşina Anarşist (TA) – Rojava
☆ Union Communiste Libertaire (UCL) – França, Bélgica & Suíça
☆ Vía Libre Grupo Libertario – Colômbia

Related Link: http://cabanarquista.org/2022/02/26/internacional-contra-a-guerra-e-o-militarismo-na-ucrania/
This page can be viewed in
English Italiano Deutsch

Front page

International anarchist call for solidarity: Earthquake in Turkey, Syria and Kurdistan

Elements of Anarchist Theory and Strategy

19 de Julio: Cuando el pueblo se levanta, escribe la historia

International anarchist solidarity against Turkish state repression

Declaración Anarquista Internacional por el Primero de Mayo, 2022

Le vieux monde opprime les femmes et les minorités de genre. Leur force le détruira !

Against Militarism and War: For self-organised struggle and social revolution

Declaração anarquista internacional sobre a pandemia da Covid-19

La révolution du Rojava a défendu le monde, maintenant le monde doit défendre la révolution du Rojava!

Anarchist Theory and History in Global Perspective

Trans Rights is a Class Issue

Capitalism, Anti-Capitalism and Popular Organisation [Booklet]

AUKUS: A big step toward war

Reflexiones sobre la situación de Afganistán

Αυτοοργάνωση ή Χάος

South Africa: Historic rupture or warring brothers again?

Declaración Anarquista Internacional: A 85 Años De La Revolución Española. Sus Enseñanzas Y Su Legado.

Death or Renewal: Is the Climate Crisis the Final Crisis?

Gleichheit und Freiheit stehen nicht zur Debatte!

Contre la guerre au Kurdistan irakien, contre la traîtrise du PDK

Meurtre de Clément Méric : l’enjeu politique du procès en appel

Comunicado sobre el Paro Nacional y las Jornadas de Protesta en Colombia

The Broken Promises of Vietnam

Premier Mai : Un coup porté contre l’un·e d’entre nous est un coup porté contre nous tou·tes

© 2005-2023 Anarkismo.net. Unless otherwise stated by the author, all content is free for non-commercial reuse, reprint, and rebroadcast, on the net and elsewhere. Opinions are those of the contributors and are not necessarily endorsed by Anarkismo.net. [ Disclaimer | Privacy ]