preferenze utente

cerca nell'archivio del sito Cerca cerca nell'archivio del sito


Search comments

ricerca avanzata

Nuovi eventi

Brazil/Guyana/Suriname/FGuiana

nessun evento segnalato nell'ultima settimana
Articoli recenti su Brazil/Guyana/Suriname/FGuiana Migração / racismo

Racism and xenophobia killed Moïse! Feb 03 22 by Coordenação Anarquista Brasileira

Racismo e xenofobia mataram Moïse! Feb 03 22 by Coordenação Anarquista Brasileira

100 mil mortos e a normalização do genocídio Aug 09 20 by Coordenação Anarquista Brasileira

Racismo no Brasil: Um câncer social

category brazil/guyana/suriname/fguiana | migração / racismo | opinião / análise author Friday February 17, 2006 10:29author by Vermelho e Negro - Bahia - Brasilauthor email vermelhoenegro at hotmail dot com Segnalare questo messaggio alla redazione

A chegada dos invasores europeus, principalmente dos portugueses ao território hoje brasileiro, significou o início de um processo extremamente brutal e violento. Cruéis, covardes, traiçoeiros, estupradores e assassinos, deixaram para trás um legado de terror, sem precedentes na história da humanidade.
realidade.jpg


Racismo no Brasil: Um câncer social



A chegada dos invasores europeus, principalmente dos portugueses ao território hoje brasileiro, significou o início de um processo extremamente brutal e violento. Cruéis, covardes, traiçoeiros, estupradores e assassinos, deixaram para trás um legado de terror, sem precedentes na história da humanidade.

O saldo dessa prática genocida foi de aproximadamente 4,7 milhões de indígenas (os povos originais destas terras) mortos e 6 milhões de africanos seqüestrados e assassinados, na nova terra “descoberta” pelos europeus, que depois chamaram de Brasil. E talvez tenha sido esse o feito mais heróico do colonizador branco europeu, destruir a dignidade, a cultura e a religião, escravizar e assassinar o povo negro e indígena.

Contudo todas as formas de opressão utilizadas pelos colonizadores não foram aceitas de forma pacífica e dócil, como eles queriam que fossem e a historiografia oficial tentou fazer-nos acreditar. O povo preto e indígena lutou e resistiu brava e heroicamente, prova disso foram os quilombos, as revoltas, insurreições e tantas outras formas de resistência, talvez sendo esta a parte mais linda de nossa história.

Porém toda luta de nossos ancestrais ainda não bastou para derrotar o inimigo e a violência continua nos dias hoje, a mesma elite “cara-pálida” que há mais de 500 anos pisaram seus pés em nossas terras dão continuidade ao seu crime, ontem eram senhores de engenho hoje são burgueses engravatados e políticos entreguistas. Continuamos uma “colônia de exploração” só que agora da metrópole imperialista yanque. A violência policial (dos modernos capitães-do-mato) mata os jovens negros da periferia, as mulheres e meninas pretas (muitas das quais empregadas domésticas) continuam sendo estupradas, agora pelos “patrãozinhos”. Somos nós, o povo preto e mestiço (muitos por conta dos estupros dos “sinhôzinhos”) a maior parte da população brasileira, mas não temos acesso a saúde, a moradia e a educação, jogados nos guetos ou nos presídios (que são verdadeiros campos de concentração) somos a maioria imensa dos desempregados, miseráveis e indigentes deste país, que foi construído com o suor e o sangue de nossos ancestrais.

A ideologia do branqueamento e o totalitarismo branco, onde o negro tenta ser menos negro e se aproximar da brancura dos poderosos também é parte do racismo sistemático, aperfeiçoado e covarde da elite branca e do estado burguês, que tem a grande mídia do seu lado (e não poderia ser diferente), reproduzindo padrões europeizados de beleza e pensamento. E o fruto disso é “a preta linda que não olha no espelho, tem vergonha do nariz, da boca e do cabelo”.

Processo este (de branqueamento) que se iniciou ainda no século 19, com o incentivo do governo brasileiro para importação de mão-de-obra estrangeira, principalmente para o trabalho nas lavouras após a “abolição” da escravatura, e os negros ex-escravos foram jogados nos guetos, sem trabalho, educação e acesso a qualquer serviço público básico (que libertação, hein!!!).

Processo que acabou também por trazer o anarquismo, enquanto ideologia (enquanto método de luta e organização e não dogma - é bom lembrar) para nossas terras, que chegou com os trabalhadores imigrantes europeus, vindo da mesma terra do colonizador, mas que veio com o povo oprimido de lá, e tinha os mesmos inimigos que o povo oprimido daqui.

E foi a serviço da burguesia e do estado racista, que intelectuais vendidos como Gilberto Freyre e Nina Rodrigues construíram o mito da “democracia racial” e do “país mestiço” a fim de liquidar a nossa identidade afro-indígena. E Ruy Barbosa, símbolo da elite racista brasileira, queimou os arquivos da escravidão, segundo ele para “acabar com o passado negro do Brasil”.

Mas a supremacia branca, o estado burguês e a elite racista que se perpétua no poder desde a invasão colonial, devem ser combatidas de frente, pelo povo em luta, pelos movimentos sociais classistas e combativos, com uma forte identidade racial e cultural, até que tenhamos justiça, até que a babilônia caia e o poder branco e burguês voe em estilhaços e possamos reconstruir Palmares, Canudos... o socialismo e a liberdade, passando inicialmente pela construção de nossa auto-estima e pela conquista dos direitos básicos, dignidade e respeito ainda negados à população afro-descendente. Pela reparação imediata!

Poder Para o Povo Preto! Anarquismo é Luta!

Nossa sincera e humilde homenagem ao combatente negro afro-americano Malcom X, assassinado em 21 de fevereiro de 1965. Hoje mais vivo do que nunca!

Por Vermelho e Negro, pró-grupo anarquista organizado

Texto foi produzido para a edição n° 11 (fevereiro/2006) do jornal Pétala Negra. Editado pela Organização Socialista Libertária de São Paulo (OSL/SP), com o apoio dos grupos e organizações do Fórum do Anarquismo Organizado – Brasil.

Secretaria de Relações do VN
Cx. Postal 280 Cep.: 44001-970 Feira de Santana, Bahia
e-mail: vermelhoenegro@hotmail.com

This page can be viewed in
English Italiano Deutsch
© 2001-2024 Anarkismo.net. Salvo indicazioni diversi da parte dell'autore di un articolo, tutto il contenuto del sito può essere liberamente utilizzato per fini non commerciali sulla rete ed altrove. Le opinioni espresse negli articoli sono quelle dei contributori degli articoli e non sono necessariamente condivise da Anarkismo.net. [ Disclaimer | Privacy ]