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[Brasil] INFORME ANARQUISTA Nº02

category brazil/guyana/suriname/fguiana | movimento anarquista | opinião / análise author Tuesday September 27, 2005 00:12author by militante - coletivo pró organização anarquista em goiásauthor email proorganarquista_go at riseup dot net Report this post to the editors

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INFORME ANARQUISTA Nº02
Informativo trimestral do COLETIVO PRÓ ORGANIZAÇÃO ANARQUISTA EM GOIÁS – Setembro a Novembro de 2005.
anarquismo é luta!
anarquismo é luta!


INFORME ANARQUISTA Nº02, Setembro a Novembro de 2005

Informativo trimestral do COLETIVO PRÓ ORGANIZAÇÃO ANARQUISTA EM GOIÁS

Pode copiar aqui a versão pdf do boletim.


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Crise política: Uma análise Anarquista

Vivemos no momento de maior crise política do Partido dos Trabalhadores e do governo Lula. Trata-se de um momento em que, por um lado, a ilusão de muitos brasileiros sinceros se desmorona, e, por outro, as forças políticas se jogam em uma disputa para retirar os maiores saldos políticos.

Ao mesmo tempo em que nos indignamos com as roubalheiras dos políticos, porque como trabalhadores sabemos que cada dinheiro roubado é fruto do nosso trabalho suado, vemos diversas visões sobre os fatos a nos serem apresentadas.

Toda essa crise política está sendo amplamente divulgada pelos grandes veículos de comunicação que, transmitem a visão dos ricos e dos partidos de direita sobre a crise. A direita aliada dos grandes meios de comunicação ataca o governo e tenta ao máximo desgastar a imagem de Lula até as próximas eleições presidenciais. Esta visão dos partidos de direita que fazem oposição ao PT e que têm a mídia burguesa como principal instrumento identifica o problema da crise política: a direção do Partido dos Trabalhadores. E como não pode deixar de ser, sugerem uma solução: a mudança da direção. A intenção destes partidos é a de desgastar o PT para impossibilitar a reeleição do Lula. Fazem isso criticando os “vícios de esquerda” do PT, caracterizados pelo leninismo de Dirceu, e, ao mesmo tempo, a “ignorância dos pobres”, caracterizado pela criação de uma figura ingênua de Lula.

A grande mídia aliada da burguesia e do poder usa crise para vender jornais, revistas e aumentar o ibope e ainda passa a sua versão dos fatos impregnada de preconceitos contra os pobres, edições e ideologia. Isso nos mostra que o que realmente se passa é um jogo das elites por poder dentro da estrutura do estado. Nenhum desses partidos, nem os de direita nem os de esquerda, estão compromissados com os interesses populares e não somos nós que afirmamos isso, são os fatos, a realidade que afirmam. Desde sempre o estado é corrupto, nunca foi honesto. O Estado é um instrumento da burguesia. São os interesses dos ricos que dão o contorno de sua lógica. Ele está fundado nos interesses dos latifundiários, das grandes empresas, das multinacionais, mas se mascara de instrumento do povo, de instrumento do “Bem Comum”.

Por outro lado movimentos sociais que estão na mão do PT e seguem uma linha governista de atuação como a UNE, MST e a CUT se lançam em uma campanha de apoio ao governo Lula acusando a direita de tentar dar um golpe no atual governo. Essa posição mostra como os movimentos sociais servem de correia de transmissão do governo quando seus interesses estão atrelados a partidos políticos que chegam ao poder. Existem também os partidos políticos de esquerda como o P-SOL e o PSTU que traçam uma crítica as alianças do PT com a burguesia e se apresentam enquanto alternativa Esses partidos acreditam que a via eleitoral pode contribuir para mudança social. Se esforçam em dizer que são diferentes e que seus políticos estão comprometidos de fato com os interesses populares. Fica aqui a pergunta: a experiência do PT não os ensinou nada?

A crise do governo Lula colocou em evidência esta ineficácia da via eleitoral como via de mudança social profunda. Se há mais uma crítica que possa ser feita ao PT, não é só o fato dele ter escolhido as alianças com os partidos de direita. Mas, o fato dele ter surgido enquanto partido institucional.

A ALTERNATIVA ANARQUISTA

Compreender que a política parlamentar, o jogo institucional no interior do Estado, não gera transformações para as classes exploradas, não significa eliminar a possibilidade de gerar uma mudança. Pelo contrário, a política não se resume à lógica parlamentar e eliminar esta via significa, antes, encontrar caminhos reais de luta do povo explorado.

A crise do governo abre este espaço. O espaço de deslegitimação da democracia burguesa, o espaço da percepção de que tudo foi uma ilusão e que agora é preciso centrar-se em um outro caminho. Vivemos em um momento de resistência de caráter defensivo, lutas descontínuas e fragmentadas, baixo nível de consciência e organização de base. As entidades de luta social, como os sindicatos, as entidades estudantis, as associações de bairro, se encontram em sua maioria sem capacidade real de mobilização, burocratizadas, hierarquizadas e atreladas ao governo, aos partidos políticos e a políticos oportunistas.

Neste momento, a nossa alternativa é a luta popular, é reconstruir fora das instâncias parlamentares, nos bairros, nas vilas, nas escolas, nos locais de trabalho os movimentos de luta do povo oprimido. Somente movimentos autônomos, horizontais e combativos, firmados na ação direta popular poderão servir como instrumento de transformação profunda da realidade. É essa a prática política libertária, a prática que não visa o poder do Estado, mas a auto-organização do povo explorado, visando gerar uma frente de oprimidos capaz de construir um projeto político popular e fazer frente ao Estado e às classes dominantes. Falamos de protagonismo da luta popular, esta luta direta em que o trabalhador não depende dos políticos para representá-lo, mas de sua própria organização, mobilização, ação e luta. É este protagonismo que pode gerar uma transformação real nesta sociedade e a construção de um poder popular, um poder não hierárquico, não firmado na representatividade da democracia burguesa, mas um poder que vem de baixo, a partir da federação de cada espaço de organização dos oprimidos, um poder onde os trabalhadores tenham o poder de definir os rumos de nossa própria vida.

Só a Luta popular gera lutadores do povo!


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Entrevista com o Coletivo Anarquista Zumbi dos Palmares-AL

Entrevista realizada pelo Coletivo pró organização Anarquista em Goiás

1) Como e quando surgiu o CAZP?

O nosso coletivo surge em meados de março de 2002, sendo fundado por estudantes, alguns já militantes do movimento estudantil e outros que se aproximaram. Desde seu inicio se tinha como idéia uma atuação de inserção social, porém naquela época a leitura era pouca. Hoje estamos mais firmes quanto aos nossos propósitos.

2) Quais são as perspectivas de luta do CAZP para um curto período de tempo?

Dado a composição do grupo, por uma questão de circunstâncias, não de princípios, nossa perspectiva de luta esta voltada ao movimento estudantil, mas procurando costurar uma militância fora desse âmbito. Depois do III FAO iniciamos um processo, que é constante, de (re)discussão da nossa militância e também algumas questões referentes a organização de nosso coletivo o que conseqüentemente reflete em nossas concepções de uma organização anarquista, coisa que em nossa carta de princípios falhava, como a unidade de ação, método decisório e critério de ingresso. Vemos como fundamental estarmos nos dedicando para a construção do FAO, em especial no Nordeste, para que mais grupos/indivíduos venham a se envolver com este projeto.

3) Como os compas analisam toda essa crise política que o Brasil vive?

É a constatação de que qualquer vinculação de luta pela via eleitoral, remete a um progressivo distanciamento dos ideais socialistas e sujeição ao jogo parlamentar (corrupção). Muitos a partir do momento que quiseram se diferenciar do “socialismo real”, mas assumiram a consigna de “socialismo democrático”, não rompendo com o paradigma de Estado, levou a uma forte e irreversível guinada a direita. Essa é a história do PT e de tantos outros pelo mundo. A nós anarquistas, cabe fortalecermos nossos métodos e ideais junto a luta popular, de base, pois só ela pode decidir a favor dos trabalhadores. Qualquer concessão a política burguesa (mesmo concebendo eleições como uma questão tática) se enquadra no reformismo. A saída deve ser fomentando os métodos revolucionários, fundamentalmente no povo organizado em luta tendo seu protagonismo nela garantido.

4) Nós fale um pouco das experiências de atuação social que o CAZP já teve e tem.

Como já colocado, nossa militância encontra-se hoje centrada no movimento estudantil, mais especificamente fincada na Comuna Estudantil (grupo formado por socialistas revolucionários em geral) e junto as entidades de base. Fora deste meio, já tivemos uma experiência na Vila Emater, localizada ao lado do aterro sanitário de Maceió onde muitos trabalham como catadores de material reciclável. Iniciamos um projeto de alfabetização de jovens e adultos que durou apenas cerca de 2 meses embora nosso contato com a comunidade tenha durado pelo menos 1 ano , mas acabou sendo abortada por uma série de dificuldades que vão desde a falta de estrutura a própria dificuldade nossa de naquele momento manter nossa militância.

5) Deixem um recado para os compas de todo Brasil.

Saúde e disposição. Anarquismo é luta!!
____________
Coletivo Anarquista Zumbi dos Palmares
Cx. Postal 136 CEP: 57020-970 Maceió-AL
Email: cazpalmares@hotmail.com


LIBERDADE A GABRIEL ROSER!!

Solidariedade aos lutadores do povo argentino!

Liberdade para Gabriel Roser!

Chamamos todas as organizações do povo, dos trabalhadores e trabalhadoras, estudantes e quem mais se sensibilize com a causa da luta por justiça no mundo, a solidarizarem-se com os movimentos populares da nossa vizinha Argentina, os valentes piqueteros, que, neste momento, sofrem implacável perseguição por parte do governo argentino e órgãos de repressão. Um destes movimentos teve um dos seus importantes militantes preso injustamente.

Gabriel Alejandro Roser é um militante popular, responsável por uma horta e um restaurante comunitários que funcionam no bairro Ringuelet, da cidade de La Plata, República Argentina. Bairro onde vivia e desenvolvia sua militância. Também era, até o momento de sua detenção, encarregado de segurança do Movimento de Unidade Popular (MUP).

Gabriel tem 26 anos e se encontra detido desde 29 de abril de 2004. Gabriel é um preso político, porém acusado falsamente por um delito comum, um roubo qualificado por uso de arma. A causa foi grosseiramente armada pela polícia da comisaría 6º de Tolosa, La Plata e validada pelo Fiscal Martini e Juíz De Aspro.

Até envolverem-no neste fato, Gabriel não tinha antecedentes criminais, entretanto, hoje está detido, sofrendo prisão preventiva e com sua causa ainda por ser julgada; por uma acusação feita por três pessoas, uma das quais, filho de um cabo eleitoral do PJ (Partido Justicialista, partido do governo). Este último havia sido denunciado pelo MUP semanas antes , perante o município, por por irregularidades na distribuição de alimentos em um restaurante comunitário do bairro. Este fato aumentou ainda mais a tensão que havia entre o PJ e o movimento.

Em 29/04/04, Gabriel é detido em um procedimento no qual não faltaram golpes aos companheiros nem destroços no restaurante comunitário, que fica ao lado da casa de Gabriel.

É importante aclarar que nenhum dos objetos roubado nem a arma que procurava a polícia foram achados no dito procedimento. Não resta dúvidas de que Gabriel é vítima de uma acusação falsa, consequência de sua militancia política.

O caso de Gabriel é mais um exemplo da repressão e perseguição que sofrem os lutadores populares da Argentina, com os quais devemos nos solidarizar, por construírem dia a dia o poder dos de baixo.

Depois de muitas mobilizações dos companheiros da Frente Darío Santillán (A coordenação dos movimentos piqueteros mais combativos) e muitas cartas enviadas de várias partes do mundo, inclusive do Brasil, se conquistou para nosso companheiro encarcerado o direito de ter um julgamento ainda este ano. Sim, Gabriel está preso há mais de um ano sem ter passado por um processo judicial!

libertadagabriel@yahoo.com.ar

Envie cartas exigindo a liberdade de Gabriel Roser

O endereço para o envio de cartas é:

Tribunal Penal n°2 de La Plata. Calle 7, entre 56 y 57. La Plata (1900) Buenos Aires, Argentina.


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Trabalhadores/as ambulantes são impedidos de trabalhar nos terminais de ônibus em Goiânia.

Em meados de Maio a Sefur (Secretaria Municipal de Fiscalização Urbana) e a CMTC (Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos) começaram a expulsar dos terminais de ônibus da região metropolitana de Goiânia a maioria dos/as trabalhadores ambulantes.

Em Junho foi determinado que apenas 278 trabalhadores/as informais poderiam permanecer nos terminais de ônibus de Goiânia, estima-se que mais de 850 trabalhadores/as vendiam seus produtos nos terminais. Os trabalhadores/as ambulantes que não foram contemplados pela medida absurda da prefeitura de Goiânia trabalham agora durante a noite ou muito cedo para fugirem da ação dos/as fiscais que literalmente roubam as mercadorias desses/as trabalhadores/as que tiram daí o pão para seus filhos comerem. Os fiscais apreendem mercadorias como roupas e frutas dos/as trabalhadores ambulantes que tem que pagar uma multa de R$145 para recuperar o produto apreendido. Os fiscais com o apoio da PM cometem verdadeiros absurdos contra a classe pobre e trabalhadora de Goiânia agindo covardemente contra os/as ambulantes.

Os órgãos repressivos assim como a mídia burguesa vendem informações que tentam deslegitimar o trabalho dos/as ambulantes, acusam muitos/as trabalhadores/as de serem oportunistas e que só vendem nos terminais nos horários de pico abandonando suas bancas em outros pontos da cidade. Essa notícia é mais um absurdo cometido contra a classe dos trabalhadores/as ambulantes, pois a maioria absoluta não tem bancas regulamentadas pelo município para trabalharem e circulam nos terminais por estes serem locais de grande movimento durante todo o dia. Essa tentativa de difamar os/as ambulantes mostra novamente que no jogo por lucro e poder as elites não medem esforços nem calunias contra a classe trabalhadora.

Acreditamos que é hora dos/as ambulantes se organizarem para reivindicarem seus direitos, só com a luta popular, com a participação direta de todos/as nas decisões políticas, com a ação direta como método de luta e com autonomia de partidos políticos e do governo é que os trabalhadores conseguirão melhorias e respeito. Todos/as tem direito ao trabalho, não é possível que as pessoas vão continuar sendo proibidas de trabalhar!

Todo apoio aos ambulantes de Goiânia!

Luta, organização e Resistência!

Fórum do Anarquismo Organizado – 3º Encontro Nacional

O FAO - Fórum do Anarquismo Organizado é um espaço de debate e articulação entre organizações, grupos e indivíduos anarquistas que trabalham ou têm a intenção de trabalhar de forma organizada atuando socialmente.
A primeira edição aconteceu na cidade de Belém do Pará em 2002, passando pela plenária de Porto Alegre em janeiro de 2003, o encontro nacional de novembro de 2003 em São Paulo,a reunião em janeiro de 2005 em Porto Alegre e o encontro em Goiânia em Julho de 2005. No inicio do ano de 2005, em Porto Alegre, foi aprovada a Carta de Intenções do FAO, documento que apresenta a proposta do Fórum do Anarquismo Organizado e que passou a ser a forma de divulgação do mesmo. Durante todo esse período, grupos e indivíduos entraram em contato com a Secretaria Nacional do FAO. Esses grupos e indivíduos junto com os grupos e organizações que já participavam do FAO se reuniram nos dias 01,02,03 de Julho em Goiânia para a realização do 3º Encontro Nacional do Fórum do Anarquismo Organizado. Estiveram presentes neste encontro grupos, coletivos, organizações e indivíduos das cinco regiões do Brasil.

O objetivo maior do FAO é criar as condições para a construção de uma verdadeira organização anarquista no Brasil. Tarefa que sabemos não ser de curto prazo, mas que precisa ser iniciada desde já.

Presentes no encontro: CAEA - Coletivo Amazonida de estudos Anarquistas - Bélem-PA, GELB - Grupo de estudos libertários babilônia - Macapá-AP, CAZP - Coletivo Anarquista Zumbi dos Palmares - Maceió-AL, Pró Grupo Anarquista Organizado Vermelho e Negro - Feira de Santana-BA, RLBS - Rede libertária da baixada Santista - Santos, LL - Luta Libertária - São Paulo, Coletivo Pró Organização Anarquista em Goiás - Goiânia-GO, GEAL - Grupo de Estudos e Ação Libertária - Cuiabá-MT, FAG - Federação Anarquista Gaúcha - RS e indivíduos. Para receber a declaração final do encontro escreva para secretariafao@riseup.net



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Desarmamento: Sim ou Não?

No próximo mês de Outubro será realizado no país um referendo perguntando às pessoas se elas são à favor ou contra a venda de armas e munições no Brasil. Sob um ponto de vista contestador e anarquista algumas questões devem ser levantadas.

Em primeiro lugar a mídia burguesa deu início à uma campanha em prol do "sim" no referendo de Outubro, ou seja, estão passando a idéia de que o maior problema da violência no Brasil é o fato da população civil possuir armas de fogo, desta forma todos/as aqueles/as que querem a paz para si próprios e para seus familiares devem dar o"bom exemplo" de votar sim à proibição do comércio de armas e munições no Brasil.

O que não falta na imprensa falada e escrita da classe dominante são exemplos de pessoas que perderam a vida em brigas de trânsito ou discussões domésticas e mesmo acidentes dentro de casa provocados por crianças e adolescentes que mataram colegas ou parentes ao terem acesso às armas de seus pais descuidados. Bom, tudo isso parece bem lógico à primeira vista e num primeiro momento caso não tenhamos a preocupação de tecermos uma análise estrutural mais adequada em relação aos interesses do povo, caímos sem pestanejar nesse discurso enganador e burguês que insiste em dizer que o problema da violência no Brasil está nas armas e não nas desigualdades sociais.

Tendo armas ou não o povo será sempre explorado enquanto existir essa monstruosa separação entre capital e trabalho, entre os que realmente trabalham e aqueles que vivem da exploração do trabalho alheio.
Se uma grande parcela da população não possui as condições mínimas de existência que são: alimentação, moradia, vestuário, educação, lazer, saúde logo, essas pessoas desiludidas por causa do desemprego, do baixo salário e consequentemente a fome pegam em armas e vão cometer delitos em busca de seu sustento. Se um pai ou uma mãe de família chega em casa após perder o emprego de forma injusta, com vários problemas imediatos para resolver, aluguel, filhos/as, comida, transporte, saúde, etc, ele/a sem dúvida vai fazer alguma coisa para resolver o problema seja mendigar ou roubar e nesse caso roubar seria muito mais digno que mendigar, pois esse/a pai/mãe de família estaria apenas recuperando parte do que lhe foi roubado pélas relações de produção assim como se dão neste contexto. Então não adianta dizer que desarmar as pessoas irá resolver ou amenizar a questão da criminalidade no país, pois a violência exercida pela população contra ela mesma é resultado de uma violência original empreendida pelas instituições estatais. O Governo no interesse de manter o estado de coisas em benefícios de grupos minoritários, exerce cotidianamente a violência em suas mais variadas formas, entre elas a violência física através da polícia e das forças armadas em diferentes contextos históricos e lugares distintos. A violência exercida pelo povo é na verdade uma forma de violência contestadora, reativa contra a violência estatal. Mas os governos insistem em dizer que a violência executada pelo Estado é uma necessidade para a organização da sociedade que sem segurança (polícia e exército) tende a ser cada dia mais violenta. Na verdade os fatos nos mostram que não adianta endurecermos as leis e muito menos fornecer armas sofisticadas para a polícia. Pois o povo maltratado e esquecido pela política parlamentar estando armado ou não, não deixará de ser violento em algumas situações enquanto não mudarem as relações de produção, enquanto não deixar de existir a exploração de um ser humano sobre outros seres humanos, enquanto todos/as não tiverem a dignidade, a igualdade e a liberdade não nos moldes da Revolução Francesa, mas sim valores que sejam criados, preservados e disseminados nas bases da sociedade.

Muitos conservadores direitistas, latifundiários, políticos reacionários estão fazendo campanha a favor do “não”. Estes setores fazem parte de uma ala rica e conservadora da sociedade, eles defendem o “não”, pois querem ter o direito de defender suas riquezas e propriedades a todo custo, querem ter o direito de manter seus privilégios que são obtidos através da exploração da classe trabalhadora e oprimida. Podemos afirmar que esse discurso é de uma outra parte da elite brasileira que também não está interessada em realizar mudanças sociais profundas, querem defender suas riquezas dos “ladrões”, “invasores”, na bala.

Outro ponto importante de analisar neste referendo é o efeito que o resultado pode ter sobre os movimentos sociais. Sabemos que o Estado e os ricos tentam sempre criminalizar os movimentos sociais de várias maneiras. Se a venda de armas for proibida fica muito fácil para a polícia incriminar os movimentos populares combativos, basta plantar uma arma em algum militante ou nos espaços em que os movimentos sociais se reúnem. Falamos isso, pois sabemos que os poderosos jogam sujo na luta contra qualquer movimento que seja formado pelo povo e que lute por seus direitos. Se o “sim” ganhar os movimentos populares combativos devem redobrar sua atenção com o jogo sujo da burguesia.

Não podemos deixar de lado também que uma vez que o Estado é o grande autor da violência, detém o uso “legitimo” da força(polícia e exercito), tendo monopólio da violência que é usada contra o povo pobre. A violência do povo é uma violência reativa, o povo reage aos males que lhe são impostos pelos ricos através do Estado.Um pai que rouba para o filho comer não é ladrão, um jovem que rouba para comer, se vestir também não é ladrão.

Será porque ninguém nunca falou em desarmar junto com o povo a polícia e o exército? Outra coisa será que os grileiros de terras serão proibidos de se armar? Será que os esquadrões da morte vão ser desarmados? Os jagunços que matam sem-terra? Será que a polícia vai deixar de ser violenta? E miséria, vai acabar?


NOTAS:

LIVROS ANARQUISTAS

O Coletivo Pró Organização Anarquista em Goiás está vendendo livros como forma de difundir o anarquismo e também como forma de arrecadar fundos para o Coletivo. Até o momento estamos vendendo dois livros:

1) “Anarquistas Expropriadores” de Osvaldo Bayer, 95 pág. Ed.Luta Libertária e

2) “Anarco-Comunismo Italiano” de Malatesta e Luigi Fabbri, 196 pág. Ed. Luta Libertária. Ambos os livros custam 15,00 reais. Se você tem interesse em adquirir algum livro entre em contato conosco pelo nosso e-mail ou pela caixa postal.

10 ANOS DE FAG

A Federação Anarquista Gaúcha completa em Novembro dez anos de luta popular e anarquista no Brasil. Felicitamos esses/as fortes companheiros/as que não abaixam a cabeça diante das injustiças e mantêm viva a chama do Socialismo e da Liberdade nos pampas Gaúchos.Parabéns FAG! Não tá morto quem luta e quem peleia!Anarquismo é luta! www.fag.rg3.net

MOVIMENTO PELO PASSE LIVRE

Estão sendo realizadas no DCE-UFG(próximo a praça universitária) as reuniões do MPL(Movimento pelo Passe-Livre)-Goiânia toda Sexta Feira às 18:30hs. O MPL é um movimento autonomo, apartidário e horizontal. Participe, a luta por melhorias no transporte é de todos/as! Contato: passelivre-goiania@lists.riseup.net



COLETIVO PRÓ ORGANIZAÇÃO ANARQUISTA EM GOIÁS
Caixa Postal 92 CEP74003-901 Goiânia-GO
e-mail:: proorganarquista_go@riseup.net

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