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Entrevista com a companheira Rosario Gómez, do CIPO-RFM

category américa do norte / méxico | indigenous struggles | entrevista author Wednesday November 22, 2006 02:40author by José Antonio Gutiérrez D. Report this post to the editors

Na seqüência, temos uma entrevista -realizada no dia 01 de Novembro- com a companheira Rosario Gómez, da Junta Organizadora do Conselho Popular Indígena de Oaxaca, "Ricardo Flores Magón" (CIPO-RFM). Nela se apresenta a situação atual do movimento em Oaxaca e a necessidade de se solidarizar com nossos irmãos no México de todas as formas disponíveis. A vitória de Oaxaca é a vitória de todos nós e pode representar um fato de grandes conseqüências para toda América Latina.
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Entrevista com a companheira Rosario Gómez, do CIPO-RFM



1. Qual é a situação atualmente em Oaxaca?

O povo de Oaxaca está em estado de sítio, já que desde a presença da polícia federal preventiva por ordem do presidente Fox , Avascal ( o secretário de governo ), Ulises Ruiz Ortiz ( governador de Oaxaca), está atacando ao povo, mas o povo está resistindo pacificamente. Já, faz pouco tempo, aprendemos que o povo tem empurrado à polícia federal “preventiva” e os policias municipais para fora da zona da Universidade Autônoma Benito Juárez de Oaxaca. Ali esta a estação de rádio que é a voz do movimento. Hoje houveram ataques muito fortes das autoridades, e alguns membr@s de nossa organização foram agredidos pela polícia, assim como pessoas desaparecid@s nas mãos da policía, PRIistas, e paramilitares vestidos de civis.

2. Quem são os setores em luta e quais tem sido suas demandas?

Há a seção 22 d@s professores, que começaram uma greve e um plantão no zócalo no dia 22 de maio. Já sabem da história do desocupação. Alguns dias depois da desocupação muitas organizações formaram a APPO. Não há um grande apoio de muitos sindicatos, e tão pouco da sede central de SNTE (Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Educação), o sindicato ao qual pertence a seção 22. A APPO faz alguns meses decidiu ter uma demanda, não renunciável: a saída de Ulises Ruiz Ortiz. Mais amplamente, exigimos um fim aos desaparecimentos, a tortura, e aos assassinatos.

3. Sobre a renúncia, eventuamentel, de Ulises Ruiz, qual é a saída política que dão voçês ao impasse? Acreditam ser possível lutar pela substituição por formas comunitárias de organização dos representantes do Estado?

Nós os povos indígenas desde anos imemoriais, temos sabido organizarmo-nos e seguimos organizados ainda que nos sejam levados milhares de mortos. Mostra disto é que hoje novamente nós nos temos levantado para exigir a renúncia deste governador. De mudar a estrutura governamental, será um projeto de longo prazo que não será fácil, mas organizados seguiremos adiante já que nossas comunidades seguem mantendo a forma de organização de nossas autoridades comunitárias nomeadas em assembléias do povo.

4. La intervenção militar do governo central, ¿quais resultados traria?

A única coisa que conseguiria a intervenção é que o povo se organize e seja mais forte a luta pacífica já que não é só de professores, senão é de todos os povos, indígenas e não indígenas, que não estamos dispostos a seguir silenciando as injustiças que estamos sofrendo pelo governo de Ulises e dos PRIistas tanto como de Fox e Felipe Calderón, que tem sido impostos pelos poderosos.

5. Quais mostras de apoio e solidariedade tem recebido tanto no México como no estrangeiro?

Do México há uma resposta muito grande já que organizações diversas tem manifestado seu apoio fazendo marchas, tomando avenidas, fazendo protestos contrários a repressão em frente ao Senado da República, nas instalações da PFP (Polícia Federal Preventiva), denunciando a saída imediata de Ulises Ruiz Ortiz, alto a repressão, aparecimento com vida d@s desaparecid@s, prisão aos assassinos de quatro companheir@s caíd@s desde a chegada das PFP... assim mesmo, se tem constituído assembléias populares em diferentes pontos da república.

Da mesma forma, noss@s irmãos e irmãs do exterior tem demostrado sua solidariedade tomando os consulados do México localizados em cada um de seus países, entregando cartas, firmadas por muitas pessoas de seus países a ditos consulados, denunciando a repressão que estão vivendo o povo mobilizado de Oaxaca, pedindo a saída imediata de Ulises Ruiz, fazendo chamadas a rádio universidade que es é meio de comunicação e organização de todo o povo de Oaxaca. Desta maneira, nos tem demostrado sua solidariedade já que estão cientes de tudo o que nos está ocorrendo.

6. Acreditam que a situação de Oaxaca é sintomática do que se passa no resto do México?

Claro que sim. E as pessoas tem respondido assim mobilizando-se, solidarizando-se, com o povo de Oaxaca. Há uma demanda em todo os povoados do México pela democracia e contra os partidos políticos. Além disso, não só em Oaxaca há indígenas e povos indígenas que seguem resistindo a ser submetidos pelos opressores.

7. Conte nos algo sobre o CIPO-RFM: quais são suas origens, objetivos, assim como seu papel respectivo na luta atual?

CIPO-RFM é uma organização magonista que acredita na autogestão, os usos e costumes dos povos indígenas, a autonomia dos povos, seu direito a manter suas culturas, lutando desde a esquerda e desde baixo. Somos uma organização pacífica e comunitária de base, e nosso objetivo é a reconstituição e livre associação dos povos. Lutamos também pelo respeito de nossos recursos naturais como são a água, milho, floresta, etc. Já que nós convivemos com a natureza, somos parte dela, por isso a respeitamos e cuidamos porque é nossa principal fonte de vida e que as grandes transnacionais querem privatizar. O que não estamos dispostos a deixar que nos tirem.

8. Se fala muito de poder popular... em que medida este poder se ha aplicado nestes meses de luta?

Nos como CIPO-RFM cremos que a organização surge do povo e é do povo que se leva um fim de unirmos tod@s sem importar quem somos, de onde viemos, mas que sempre encontramos um objetivo em conjunto. Se obviamente é certo que o povo organizado pode tirar um governo é porque o povo mesmo esta organizado em diferentes maneiras, com diferentes ideologias, mas quando se luta e se clama por justiça o povo sabe responder de maneira organizada com uma mínima representação provisional como é o caso de Oaxaca.

9. Qual é o papel que coube as mulheres nas lutas do povo oaxaquenho?

Como CIPO-RFM, creemos que tod@s somos iguais. Há mulheres na organização que podem organizar e mobilizar a milhares de pessoas. Mas, no caso da APPO, todos os porta vozes são homens. Ao mesmo tempo, os tempos estão mudando. Muitas mulheres tem deixado o avental e saem da cozinha para organizar-se, mobilizar-se, outras de outra forma estão apoiando na preparação dos alimentos para levar ao povo lutando, mas o certo é que nesta luta as mulheres estão lutando à partir de vários pontos, como responsáveis das barricadas, informadoras, jornalistas independentes, etc.

10. O Quê pediriam ao movimento internacional para apoiar ao povo de Oaxaca?

Nós achamos que a população deve fazer ações diretas, como tomar os consulados do México em todos os lados, ou as lojas das transnacionais, especialmente as que exploram a gente aqui em Oaxaca. Além disso, podem mandar cartas ao governo de México para que pare a agressão contra o movimento exija a paralisação a repressão, agressão aos participantes no movimento, perseguição, detenção arbitrária, seqüestro e desaparecimento de noss@s companheir@s, e assim tod@s poderíamos parar esta guerra suja. Exigimos a saída imediata do senhor Ulises Ruiz Ortiz. Aos organismos de direitos humanos internacionais lhes pedimos façam presença em nosso estado para conhecer a violação de nossos direitos humanos pela PFP, pelos PRIistas, pelos paramilitares vestidos de civis e as polícias ministeriais.

LIBERDADE AOS/AS PRESOS/AS INDÍGENAS DO CIPO-RFM "VIVA A AUTONOMiA" visite nossa página: www.nodo50.org/cipo Conselho Indígena Popular de Oaxaca "Ricardo Flores Magón", CIPO-RFM. Calle: Emilio Carranza 210, Sta. Lucía del Camino Oaxaca, México. tel: +(951) 51-78183 y +(951) 51-78190 mail: cipo@nodo50.org, mujercipo@hotmail.com, los_magoneros@hotmail.com PARA DONATIVOS A NOMBRE DEL CIPO-RFM: Banco Nacional de México, SA. Domicilio Hidalgo # 821. col.Centro, Oax. C.P.68000, Sucursal Oaxaca, No. 120, Suit: Banamex: BNMXMXMM, Cuenta: 002610012077451770


Traduzido para o português pelo grupo anarquista organizado Rusga Libertária/FAO - Brasil.

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