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brazil/guyana/suriname/fguiana / migração / racismo / comunicado de imprensa Sunday August 09, 2020 18:06 byCoordenação Anarquista Brasileira

Neste fim de semana foi atingida a marca oficial de 100 mil mortos pela covid-19, em menos de seis meses desde o primeiro caso notificado. Morre-se mais de covid do que de qualquer outra doença, do que de acidente de trânsito, do que de violência urbana.

A doença chegou a lares de todo o país e levou entes queridos de milhões de pessoas. Longe de ser uma doença “democrática”, a covid-19 escancara o projeto genocida dos de cima e a desigualdade brasileira que atinge os de baixo. Ser negro ou indígena, por exemplo, é um grande fator de risco que pode fazer a diferença entre morrer ou viver. Além disso, o abismo social joga os mais pobres para lugares sem saneamento básico, moradias precárias e trabalhos informais e precarizados, que não permitem tomar as medidas necessárias para evitar a disseminação da doença.

Enquanto isso, o governo federal a todo o tempo minimizou a pandemia e fez de tudo para boicotar os esforços no SUS para controle e efetiva redução nas mortes. Já os governos estaduais, apesar do discurso de que se importam com vidas, também têm grande responsabilidade em tantas mortes e quando conseguiram proporcionar atendimento à população, seguiram normalizando os óbitos como fato consumado.

O resultado de tudo isso é que o Brasil é o país com maior número de mortes diárias nas últimas semanas e no total de vítimas só perde para os EUA, onde não há sistema público de saúde.

Frente a essa tragédia, nós, da Coordenação Anarquista Brasileira, nos solidarizamos a quem perdeu parentes ou amigos para a covid e seguimos na luta em defesa da saúde pública, além de fortalecer as organizações populares e ações de solidariedade em todos os espaços de militância Brasil afora. Somente um povo forte terá condições de suportar esse duro período que está longe de acabar e poderá avançar no combate ao Estado e ao capital, os maiores responsáveis pelo genocídio em curso no país!

EM DEFESA DA SAÚDE PÚBLICA!

SOLIDARIEDADE DE CLASSE PELO PODER POPULAR!

BOLSONARO RACISTA E ANTIPOVO! COMBATER COM FORÇA POPULAR!

brazil/guyana/suriname/fguiana / cultura / opinião / análise Saturday August 01, 2020 23:30 byBrunoL

“Porque temos uma gigantesca colônia árabe-brasileira, incluindo o conjunto de árabes descendentes e não se organiza uma fração desta base social como apoiadora incondicional da libertação da Palestina?”

Bruno Beaklini (Bruno Lima Rocha Beaklini) e Rafael Costa (ilustrador, não é descendente, apoia a Causa Palestina)
Esse artigo inicia uma série trazendo um dilema e uma convocatória. Na verdade, um apelo. Mas antes de ousar chamar ao dever brimos e brimas, é necessário um debate, larga reflexão eu diria. A pergunta me atormenta há décadas e realmente é complexa. Eis a questão:
“Porque temos uma gigantesca colônia árabe-brasileira, incluindo o conjunto de árabes descendentes e não se organiza uma fração desta base social como apoiadora incondicional da libertação da Palestina?”
Quem somos e como chegamos
Isso porque, segundo alguns números apurados, seríamos mais de 11 milhões de pessoas no país, outros indicadores apontam um montante de cerca de 16 milhões no Brasil. Em boa parte das vezes se trata de famílias muitas vezes com forte trajetória na política profissional, carreiras em profissões consolidadas e ainda assim isso não reverte em envolvimento na Causa da Unidade Árabe e nem na Libertação da Palestina. Por quê?
Uma das “razões” alegadas poderia ser o sentido de pertencimento e posição na pirâmide social brasileira. Como somos socialmente brancos, no Brasil, a condição de árabe fica secundária diante da estrutura racista e de herança escravocrata da sociedade. Isso está até na gênese de nossa imigração. O Imperador Escravagista Dom Pedro II aprende a falar o idioma do profeta, vai ao Líbano encantado com uma população francófila, que se dizia fenícia e tinha como sistema de crenças ritos cristãos do Oriente Médio. Especificamente, a maior migração árabe para o Brasil vem de famílias libanesas de credo maronita (católicos maronitas) e que era uma parcela da população da então Grande Síria que, por sinal, era muito mal vista pelos governantes otomanos. O período histórico é complicado. Se dá antes do protetorado francês, etapa intermédia da libertação do jugo otomano decadente e de se livrar da opressão da França alcançando a independência formal, a maior leva de árabes chega ao Brasil.
Aqui chegando, nos anos derradeiros do Império e ainda na primeira fase da República Velha, nossos patrícios e patrícias se depararam com um ambiente muito hospitaleiro. Como a sociedade é racista, mas não é sectária - ou seja, permite o casamento inter-étnico, estavam dadas as condições ideais de assimilação e escalada de posições na pirâmide social. As famílias árabe-libanesas se viram em um país de dominação branca e católica, justamente o duplo papel social que nossos antepassados poderiam exercer. Enquanto isso no Oriente Médio, a Ummah de direção otomana chegava ao fim e a ascensão dos poderes europeus era visto como a chegada modernizadora e ofensiva dos novos cruzados. Era e continua sendo.
Entre o arabismo unificado e o amálgama na pirâmide social ascendente
A chegada dos e das imigrantes foi concomitante ao nascimento, a expansão do nacionalismo pan-arabista. No período histórico aproximado, começando em 1880 e tomando vulto nos cinquenta anos seguintes, a Nação Árabe projetava no arabismo o elemento unificador que poderia unificar todos os segmentos pré-islâmicos e das vertentes arabizadas, portadora do idioma árabe como língua franca e as massas islamizadas do Mundo Árabe. Por este prisma do nacionalismo pan-árabe, árabes somos – seríamos - todos, incluindo hebreus mizrahim, drusos, todas as vertentes cristãs do Oriente Médio, as formações culturais pré-islâmicas assim como as massas islamizadas, sunitas, xiitas e sufis, dentre outras linhas minoritárias. Também são “árabes” as populações do Magreb, primos e primas camitas, assim como o povo berbere, heroico na libertação contra a presença francesa na Argélia. De fora poderia haver unidade, usando um instrumento político do inimigo europeu, o nacionalismo moderno, como ferramenta de libertação contra a cobiça da corrida imperial pré e pós 1ª Guerra Mundial. Concomitantemente, se davam as bases da Nakba com o Mandato Britânico na Palestina.
Infelizmente, os grandes debates, os alinhamentos e porque não as tragédias históricas dos árabes, sendo a maior destas a perda da Palestina para invasores europeus, não chegaram a circular na maior parcela da segunda e terceira geração de árabes-brasileiros. Concomitantemente, a geração de mascates se assentava em municípios de mediana prosperidade e já juntavam suas economias de modo que a primeira geração nascida no país tivesse acesso ao ensino superior, fator fundamental para a mobilidade em uma sociedade altamente estratificada. Vale observar que como colônia, as famílias “turcas”, o odiado apelido que era dado pelos nacionais quando os patrícios chegaram com passaporte otomano, se mesclavam bastante.
Não é à toa que os elementos de origem árabe estão presentes nas zonas “proibidas” na 1ª República, nas periferias das Grandes Cidades, indo do bazar ao comércio varejista, e também passando por posições complicadas, como nas famílias do jogo do bicho. Por um lado, contribuímos e muito para a formação do Brasil. Como árabe-descendentes, somos muito, mas muito brasileiros, ao menos no viés mais popular na formação contemporânea de nosso país. Por outro, a ausência de uma etnia mais aguerrida do portão de casa para fora, nos diluiu de modo a conseguir reproduzir os papeis sociais com excelência, mesmo quando na excrescência como na atuação de pessoas muito controversas como Paulo Salim Maluf, Michel Miguel Elias Temer, Salim Mattar, Naji Nahas, Alberto Yousseff, Anísio Abrão David, Antônio Petrus Kalil, Romeu Tuma, Nabi Abi Chedid, Ali Kamel e a lista segue, para vergonha dos e das árabes e desespero da esquerda que ainda não existe. Não é exclusividade nossa, haja vista a presença execrável de personagens árabe-argentinos como Carlos Saul Menem e Alfredo Yabrán, dentre outros.
Nossas instituições culturais, onde estão?
Talvez a pista para sabermos onde estão nossas bases étnicas mais aguerridas deve ser na ausência de instituições culturais para além de algumas igrejas e clubes sociais. A capacidade de reprodução de valores, cultura estratégica e porque não, referentes da simbologia política definitivamente não se localizam nem em epopeias à altura de Simbad como o Campeonato Mundial de Basquete FIBA conquistado pelo Esporte Clube Sírio no ginásio do Ibirapuera em 06 de outubro de 1979 (com televisionamento ao vivo, veja o jogo completo aqui: https://www.youtube.com/watch?v=pkCilEH7rxY) com o vice-campeonato de 1981 (assista aqui: https://www.youtube.com/watch?v=g4Pf6sU72e4) e ambos antecedidos pelo segundo lugar no mesmo mundial FIBA em 1973, todos realizados em São Paulo e com mais de vinte mil pessoas gritando “Sírio, Sírio”, em plena Guerra do Yom Kippur! No título de 1979, com o Líbano já invadido e o conflito árabe-israelense no seu auge, dos treze jogadores eram três de origem árabe, incluindo o craque pivô da seleção Marquinhos Abdalla (Marcos Antônio Abdalla Leite). Faltou trabalhar a massificação dos signos transformando em simbologia política e elementos agregadores. Sírio, Súryia, Brasil. As condições simbólicas e afetivas estavam dadas, até a temporalidade política, com o famigerado Paulo Salim Maluf governador de São Paulo e apoiador das Forças Libanesas – em especial da direita cristã do Líbano - aliada histórica da França, dos EUA e dos invasores israelenses.
O caminho estava aberto, com a revolução palestina ainda peleada além dos rios, o Líbano como epicentro do Oriente Médio e Beirute vindo a ser a Stalingrado dos árabes. Seguiremos no tema e na mesma senda, defendendo incondicionalmente a Libertação da Palestina, a Independência e Autodeterminação do Líbano e o Confederalismo Democrático como única saída para o Oriente Médio.
Bruno Beaklini (Bruno Lima Rocha Beaklini), é militante socialista libertário de origem árabe-brasileira e editor dos canais do Estratégia & Análise, a análise política para a esquerda mais à esquerda.
Rafael Costa apoia a Causa Palestina, é desenhista e cartunista (E-mail- Rafael.martinsdacosta@yahoo.com.br. Instagram- @chargesecartuns)
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A versão original desse texto foi publicado primeiramente no Monitor do Oriente Médio (monitordooriente.com)

brazil/guyana/suriname/fguiana / economia / opinião / análise Monday July 20, 2020 02:18 byBrunoL

Introdução do quarto e último artigo da série
Até este episódio viemos apelando para a narrativa de fábula macabra, pois seria um risco jurídico muito grande escrever que a Terra é plana e dar nomes aos bois, incluindo sobrenomes e apelidos. Neste texto, a fábula só retorna na conclusão, e vamos nos valer do que circula de informação, conceitos e análises históricas recentes a respeito da complementaridade da economia política do crime, as estruturas de organizações criminosas como forma contemporânea de “acumulação selvagem” e os riscos reais consequentes da maximização dessas estruturas.

19 de julho de 2020, por Bruno Lima Rocha e Rafael Costa
Introdução do quarto e último artigo da série
Até este episódio viemos apelando para a narrativa de fábula macabra, pois seria um risco jurídico muito grande escrever que a Terra é plana e dar nomes aos bois, incluindo sobrenomes e apelidos. Neste texto, a fábula só retorna na conclusão, e vamos nos valer do que circula de informação, conceitos e análises históricas recentes a respeito da complementaridade da economia política do crime, as estruturas de organizações criminosas como forma contemporânea de “acumulação selvagem” e os riscos reais consequentes da maximização dessas estruturas.
Pensando a partir da América Latina: perigos da expansão dos cartéis como complemento e fração de classe dominante incidindo nas cadeias de valor e nos tomadores reais de decisões
Infelizmente temos exemplos de sobra na América Latina, de organização territorial, através do controle das cadeias de valor da economia política do crime e, na complementaridade, entre o poder do Estado - em nível local - e o negócio do capitalismo ilegalizado. Recentemente, últimos cinco anos eu diria, ganhou popularidade no Brasil através de séries e novelas com produções associadas. No México e na Colômbia, com estilos de teledramaturgia diferentes - e desde já me alinho com a estrutura de trama narrativa colombiana, mais sutil e realista - a chamada "cultura narco", "subcultura do narco" ou ainda "cultura pop do narco", vem ganhando espaços e complexificando, cada vez mais, os modelos de negócios apresentados.
O perigo sempre presente desta complexificação pode ser acompanhado nas séries estreladas pela consagrada atriz mexicana Kate del Castillo, sendo que a segunda temporada da Rainha do Sul, para além de toda a caricatura, é o exemplo que tento descrever. Vamos indicar os perigos e apontar seus riscos reais.
Primeiro perigo (Perigo Tipo 1): o domínio territorial em frações de países, na geografia política ou na ciência política mais classificatória, os chamados "governos subnacionais". Se em nível de municípios ou em estados inteiros, se numa região metropolitana, caso tenha o país algum tipo de administração de tipo microrregional; ou um arranjo consorciado. Isso é problema grande, de Tipo 1. Podemos definir esse Perigo Tipo 1 na presença histórica do Cartel de Medellín, com a associação da malandragem de Envigado com os senhores locais, daí a tríade de três familias: Escobar Gavíria (a de Pablo Emilio, o próprio) e da oligarquia local, com os Ochoa à frente e todos com respaldo dos Uribe Vélez (sendo um irmão ex-presidente e figura mais influente na direita colombiana, o Álvaro e seu irmão e pai sendo fundadores do paramilitarismo em forma empresarial, as Autodefesas Unidas da Colômbia, AUC).
Segundo perigo (Perigo Tipo 2): Quando o controle da economia política do crime implica em frações inteiras de um país associado à administração estatal, influenciando parte das carreiras políticas, parcelas importantes do sistema de defesa, de segurança e correcional (Ex. Forças Armadas, parcela das polícias, controle dos presídios) e atingindo diretamente o aparelho Judiciário (como com venda de sentenças, advocacia administrativa e compadrio burocrático). A "sorte" se dá quando há disputa entre carteis, com frações de classe dominante e elites dirigentes associando-se em oposição a outros setores. Isso reforça o domínio local e amplia o conflito para zonas inteiras. Sem exagero, podemos afirmar que este é o ponto do conflito dos carteis mexicanos no momento atual, mas que descende do fim do controle Priista (do longo período de mais de 70 anos do PRI no poder central) sobre a economia do narcotráfico e o consequente racha da Federação montada sobre a aliança Sinaloa-Jalisco, sob a batuta do ex-policial estadual Miguel Ángel Félix Gallardo, unificador dos carteis do país, com a bênção da DFS (a KGB do PRI, criada em 1947 e dissolvida em 1985 após o escândalo da morte do agente da DEA, Enrique Camarena Salazar, tema central da primeira temporada da série Narcos México 1), todos, com exceção do Cartel do Golfo, antigo Cartel de Matamoros, controlador até hoje do estado de Tamaulipas.
Terceiro perigo (Perigo Tipo 3): a soma de todos os males e a presença destes controles no comércio ilegal de longa distância, através do acesso às áreas privativas de portos com alguma capacidade de carga. Veracruz no México (no Golfo), porto de Buenaventura (Pacífico colombiano, litoral do departamento no Valle del Cauca, onde operavam os carteis de Cáli e depois os do Norte do Vale) e o acesso interno a entroncamentos rodoviários. O problema está na relação entre países e quando o volume de negócios traz tamanha liquidez que os bancos com capacidade de movimentação em escala transnacional começam a disputar esses depósitos. O caso mais escancarado é o do finado BCCI, mas bancos que nasceram com o narcotráfico nunca esquecem, tal é o caso de importantes agências do HSBC lavando para os Zetas e o Cartel de Sinaloa em plena Nova York (ver este link: https://www.proceso.com.mx/429555/demandan-a-hsbc-en-eu-por-permitir-lavado-de-dinero-para-el-narco) e centenas de casos mais. Quando o volume de dinheiro advindo do narcotráfico e atividades correlatas e ilegais injeta liquidez e implica até na sustentabilidade de uma economia inteira - no auge do narcotráfico a liquidez colombiana era garantida pelo envio de dinheiro sonante dos EUA para a Colômbia, através dos ganhos com o varejo do narco nas metrópoles mais viciadas do planeta no Hamburguestão.
Caberia ainda debater o Perigo Tipo 3 em termos absolutos em Honduras. O irmão do presidente ilegítimo Juan Orlando Hernández (JOH), Tony Hernández foi preso nos Estados Unidos e réu confesso, involucrou a todo o governo do JOH (ver este link: https://elpais.com/internacional/2019/10/18/actualidad/1571420844_713692.html). Hernández alterou a Constituição de próprio punho, avançou em medidas ultraliberais, fraudou as eleições onde foi reeleito e ainda foi formalmente acusado de operar junto a uma filial do Cartel de Sinaloa, o cartel dos Chang com base na vizinha Guatemala. Para tal, unidades inteiras do exército hondurenho, o mesmo que deu o golpe de Estado em 2009 com aval da Suprema Corte e foi logo reconhecido pela chancelaria gringa no primeiro governo Obama, operava para o narcotráfico. Cobrança de tributo sobre a economia ilegal (derecho de piso em escala nacional) e enriquecimento dos altos mandos faz com que a força contrarrevolucionária treinada na Escola das Américas seja o pilar da economia do crime. O Departamento de Estado já sob governo Trump finge que não vê nada, a DEA opera pouco no país e segue a punição seletiva conforme as conveniências da administração de turno no Império da Gringolândia.
O Rio de Janeiro, Perigo Tipo 1 e ampla expansão da complexidade
Poderia seguir nos exemplos, mas ressalto que tudo isso, tudo mesmo, está em disputa hoje na Zona Oeste do rio de Janeiro e o Arco Metropolitano com a Baixada Fluminense. Se o consórcio de milícias de parapoliciais controlar realmente uma parte do Porto de Itaguaí não será uma metástase, mas sim uma fábrica cancerígena de enormes proporções. Se o acesso aos postos de controle rodoviários for apenas parcialmente controlado por forças associadas das “milícias de paramilitares” e destes chegarem a um terminal de contêineres, a distribuição faz o elo costa do Sudeste, interiorização e distribuição internacional. Indo e vindo.
Se alguém apenas julgar “exagerada” nossa preocupação, sugiro assistir a essa entrevista com Luiz Eduardo Soares (ver este link: https://www.youtube.com/watch?v=yofUUypLTj4&t=36s) assim como também essa entrevista com o professor da UFRRJ José Cláudio Souza Alves (ver este link: https://www.youtube.com/watch?v=DRiJyrPceGI&t=1550s). O professor Souza Alves é o maior especialista no tema das milícias de parapoliciais tanto no Rio de Janeiro (antiga Guanabara) assim como na Baixada Fluminense. Para acompanhar o dia a dia do combate às bandas e facções de parapoliciais, é surpreendente o perfil da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado – Inquéritos Especiais (DRACO-IE, Polícia Civil do estado do Rio).
A fábula macabra: o esquema termina no senador Gelatina e o clã dos FA, ou começa?
Voltando ao Arroio de Fevereiro, sempre lembrando que é melhor prevenir do que remediar e que a Terra continua redonda, nos perguntamos se o esquema que envolve a seguinte fórmula:
Rachadinha de gabinete na Assembleia + multiplicação do patrimônio imobiliário + subavaliação dos mesmos imóveis (magros na compra e gordos na venda) = capitalização e lavagem das Milícias de Parapoliciais.
Se for esta a fórmula, logo o emprego de parentes diretos de perigosos operadores do crime no nexo policial-paramilitar é a ponta de um esquema que pode se nacionalizar caso os aliados do clã dos Fascistas Arrivistas realmente tiverem o controle sobre rodovias interligadas e áreas portuárias (de desembarque) e retro portuárias (para escoamento). Assim, o domínio territorial na Zona Oeste e na Baixada – em esquema coligado pelo visto, mas ainda que exista concorrência entre outras facções de paramilitares – incide na capacidade extratora que, nos tempos modernos, majoritariamente pertence aos aparelhos de Estado. Isso caracteriza um Estado falido em nível subnacional com vínculos diretos ao Poder Executivo da vergonhosa República Bananisteira sob o desgoverno da extrema direita alinhada com o ultraliberalismo econômico.
Daí o nexo do Perigo Tipo 1, modalidade mais comum no Arroio de Fevereiro, sendo entreverado com outros perigos aqui narrados, pulando de 1 para 3 através justamente da capacidade de intermediação. Uma vez arraigado, é possível nacionalizar o modelo, já que o papai do tremelique tem adeptos acéfalos em todo o Bananistão. O alerta é pela gravidade da situação e a complexidade do modelo de parapolicialismo. Toda atenção é pouca e toda e qualquer denúncia se faz urgente e necessária.
Bruno Lima Rocha é editor dos canais do Estratégia & Análise, a análise política para a esquerda mais à esquerda. Rafael Costa é desenhista e cartunista (E-mail- Rafael.martinsdacosta@yahoo.com.br. Instagram- @chargesecartuns )
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brazil/guyana/suriname/fguiana / miscellaneous / opinião / análise Monday July 13, 2020 02:15 byBrunoL

Na 1ª parte desta série de ficção não ficcional, abordamos um panorama geral das mazelas da segurança pública sob o regime de democracia liberal capitalista no estado do Arroio de Fevereiro. Na 2ª parte analisamos a periodização histórica dos modelos de exploração e controle da economia política do crime nos territórios segundo o tipo de organização criminosa operando na Região Metropolitana da antiga capital da República do Bananistão. Nesta 3ª parte analisamos o modelo de novos negócios, complementando ou competindo contra o formato anterior, quando clãs familiares se involucram diretamente no negócio de proteção de segurança e extorsão, projeção eleitoral com base em bairros da Zona Oeste da cidade e grilagem de terras públicas, devolutas e de proteção ambiental.

12 de julho de 2020, Bruno Lima Rocha e Rafael Martins Costa
* Esta é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com nomes ou pessoas terá sido mera coincidência.
Na 1ª parte desta série de ficção não ficcional, abordamos um panorama geral das mazelas da segurança pública sob o regime de democracia liberal capitalista no estado do Arroio de Fevereiro. Na 2ª parte analisamos a periodização histórica dos modelos de exploração e controle da economia política do crime nos territórios segundo o tipo de organização criminosa operando na Região Metropolitana da antiga capital da República do Bananistão. Nesta 3ª parte analisamos o modelo de novos negócios, complementando ou competindo contra o formato anterior, quando clãs familiares se involucram diretamente no negócio de proteção de segurança e extorsão, projeção eleitoral com base em bairros da Zona Oeste da cidade e grilagem de terras públicas, devolutas e de proteção ambiental.
A expansão territorial e as formas de extração de riqueza e controle do poder
Primeiro é preciso reconhecer que as linhas de investigação histórica formam um trio de componentes oriundos no período anterior da última ditadura militar: grupos de extermínio da Baixada Fevereirense se confundiam com a Irmandade de Policiais e com o fim da última ditadura terminaram expandindo-se também para o estado do Sagrado Espiritual e da Mineração Generalizada. Mas, tal expansão também acompanhou a urbanização periférica na Zona Oeste do Arroio de Fevereiro, em especial a partir do final dos anos ’80, sendo pioneira a primeira geração da valente favela da Porteirinha. Ali, ainda no final da década de ’70 do século XX, o brio de trabalhadores nordestinos, muitas vezes dotados de um moralismo de sobrevivência, expulsou “a vagabundagem” na ponta da faca e no tiro. Perderam a mesma guerra na gigantesca comunidade do Arraialzinho e pelo visto passou algo semelhante na Urbanidade Divina.
Na década de 1980 a antiga zona rural do Arroio de Fevereiro foi ganhando um fluxo de população. O mesmo que ocorrera durante as décadas anteriores nas favelas da cidade. Pessoas de origem humilde, êxodo rural, famílias nordestinas e da roça foram ampliando novas comunidades de urbanismo precário e ainda sem regularização fundiária. Esses novos bairros dentro de enormes bairros, no começo ao menos, não tinha tráfico assim como nesta década se dizia que “na Baixada não tem Comando, a Bicheirada e os grupos de extermínio e de polícia tropeira” não permitem. Mais à frente, o avanço das Facçções, em especial com a presença e a imitação do modus operandi da Facção Tomate, após a guerra no Martina Adonada (1987), ficou decretado que “verme não pode morar em favela nem em conjunto dominado”. Daí para a autodefesa de elementos da segurança pública, da baixa soldadesca que é levada pelo modelo de policiamento a buscar na informalidade o complemento de seu salário, foi um salto.
Em tese as áreas de gente trabalhadora, honesta e moralmente conservadora não queria conviver em comunidades onde o crime anda armado e o cidadão fica refém de negociações entre associações de moradores e as redes de varejo do tráfico. Na virada dos ’80 para os ’90, o avatar real e concreto desse que escreve fazia recortes de jornais (ainda impressos) com um número absurdo de assassinatos de lideranças locais e de comunidades de favela. A fase heroica da Federação de Associações de Favelas do Arroio de Fevereiro (FAFERF) já havia passado, com um gigantesco estrago de cooptação exercido nos dois governos estaduais do Velho Caudilho. Ainda assim, com a mudança permanente de donos, gerentes e frentes – a rapaziada se matando, com o tempo de vida médio do “passageiro da vida errada” não passando de cinco anos – as tensões entre a “turma da farmácia” e as associações só fazia crescer. Logo, dominar os territórios sem tráfico, sem gente portando armas ostensivamente, parecia uma boa ideia.
Concomitante, o já presente nesta série coronel Cleomir Tangerina e seus Jumentos Velozes estavam barbarizando, tanto nos turnos de trabalho do 109º BFM como nas horas vagas, na informalidade organizada pelos meganhas já citados. Ou seja, morria-se de um lado (pressão do tráfico sobre as associações de moradores) e de outro (pressão da polícia militarizada sobre essas comunidades dominadas pelo tráfico que também os pressionava). Uma “saída” seria o controle pela própria associação de moradores, mas como se tratam de terrenos irregulares, a atribuição de casas, o poder de alocar ou não moradores concentra na associação. A cultura da violência estava presente e a transformação de líder comunitário em grileiro é sempre possível. O personagem que a Rede Bobo atribuiu a um de seus galãs do elenco e fazia as vezes de líder da Porteirinha exemplifica o modelo anterior, pré-formação das “milícias”.
O desenvolvimento dos parapoliciais, evolução da polícia tropeira e de grupos de extermínio, expande pela zona oeste da capital tomando por base três fatores: comunidades ainda sendo estabelecidas e sem a presença do tráfico; comunidades onde viviam servidores públicos da segurança e que tomavam a defesa nas próprias mãos; o mimetismo de ex-policiais transformados em políticos locais, imitando os mecanismos de centros sociais, garantia de proteção e caixa de negócios locais. Algo de comum entre essas formas iniciais, a capacidade de resolução local de conflitos, paralelo a Justiça, apontando saídas para as controvérsias e disputas locais.
O modelo de forças parapoliciais, ou paramilitares, ganha padrões através do desenvolvimento inicial. Um fator fundamental – na primeira década do século XXI ao menos – era o combate aos narcotraficantes com “soldados” portando armas ostensivamente. Também a presença pública de bocas de fumo estaria proibida. A segurança física de moradores e comerciantes garantida, mas com a tributação de todos os negócios da região dominada. Para as residências, a taxação pode se dar pela TV a cabo ilegal (gatonet), a distribuição de gás de cozinha e alguma tributação extra, como nas instalações elétricas. O território é tributado através do controle de rotas, como nas já citadas operações de Vans e Kombis de “transporte alternativo”.
A representação política pode ter duas vertentes. Uma, a auto representação, com elementos do clã familiar sendo representantes diretos de territórios dominados. Isso ocorreu em Big Field com as famílias que lideraram – parece que ainda lideram – a Religa da Injustiça, também conhecida como A Empresa. Os famosos Vesperino, Herodinho e Branquinha ajudaram a eleger o Playboy e “fecharam a zona oeste” na aliança absurda entre o candidato fevereirense ao governo do estado e a chegada da Economista Vanuza em 2010. Quem a indicou, o Ex-Sindicalista, também contou com esse apoio no amplo colégio eleitoral do oeste fevereirense e mais uma vez o PP (Playboy Parasita) garantiu o “fechamento”. Em 2014, quando o ex-vice Dedo Gigante foi eleito, já não houve esse fechamento, porque o ex-governador e o indicado mudaram de aliança federal.
Outro modelo, o do “fechamento” externo e não o da auto representação, ocorre quando um candidato acerta o apoio e a aliança. A comunidade é “vendida” como de porteira fechada, com candidatos a vereador, deputado estadual e mesmo federal, acertam os votos locais e esses passam pelo escrutínio posterior. Ou seja, se os moradores não votam do candidato indicado, é possível que as famílias mais “suspeitas” recebam algum tipo de punição. Em tese, o acerto da Repartição da Delinquência com as FA e particularmente o apoio incondicional do legislador estadual “Gelatina” ao Matador Mariano da Obra e seu fiel, o fiel de todo mundo, papai, garoto e capitão, o hoje pop star Faz-tudo de Oroz. Garantido o território de confiança, somado ao legado político do progenitor, coube ao Chocolate do Tremelique complexificar o modelo, conforme veremos na sequência.

O modelo complexo aplicado através do gabinete do “Gelatina”
Como tudo o que diz respeito ao clã dos Fascistas Arrivistas (FA), e no caso, do hoje representante majoritário da unidade subnacional e então legislador estadual, CT vulgo “Gelatina”, é alvo tanto de especulação como de intenso trabalho investigativo, a modelização que segue é mais ilação do que definição. Sempre recordando o princípio de Galileu, pois não gire embora gire, e a Terra é redonda. Dito isso, vamos à engrenagem “supostamente” existente.
O fluxo de recursos permanentes, o caixinha rápido, seria o da rachadinha. O Gelatina não a inventa, apenas copia o modelo, batizando o salário de assistentes parlamentares na forma de funcionários fantasmas ou pouco frequentes. Essas parcelas que são pagas e imediamente retribuídas, retornam para operar como prebendas do legislador – mensalidades de escolas particulares de filhas e filhos ou planos de saúde suplementar – mas, também entram como a “caixinha dos amigos”. O Faz-tudo de Oroz, um autêntico “irmãozinho parapolicial”, pegaria as “merrecas” e as transformaria em importantes “faz-me rir” nas comunidades dominadas pela Repartição da Delinquência. Nestes territórios, o caixinha da merreca virava pagamento em espécie para pequenos serviços, girando a roda da renda familiar de apoiadores incondicionais, mas também poderia entrar – igualmente em espécie – como capital de giro de empresas de materiais de construção.
Tais empresas, como lojas de ferragens, madeireiras ou pequenas empreiteiras, conseguem multiplicar o ingresso destes recursos, fazendo vales – pegou e paga depois, tudo anotado, e se não paga em dinheiro, paga em serviço, ou vai para a vala - para as pequenas reformas em casas de alvenaria de moradores das comunidades. Não apenas para levantar muro, consertar fundações ou levantar uma, duas ou até uma terceira laje; por vezes duas ou três casas no mesmo terreno. Das lojas de construção, materiais e reforma, o próximo passo é o emprego de maquinário, aí para multiplicar o dinheiro arrecadado nas atividades tradicionais extratoras sobre população de território dominado. Duas formas clássicas de fazer esse dinheiro se multiplicar de forma limpa é na atividade de terraplanagem – em especial em áreas verdes ou devolutas – e a venda de imóveis na planta, “com segurança garantida”.
Contratos de gaveta e alguns cartórios de registros de imóveis que diante uma “taxa de urgência adequada” fazem andar, sumir ou desviar qualquer bem imobiliário já ajudam muito. A complexidade seguinte é a verticalização, onde a venda de terrenos passa para a de apartamentos, ou sobrados com mais andares, vendendo-os ou alugando. A “tragédia” na área do Cai Tudo (obs: que no mundo físico real seria ali na Muzema) exemplifica que para rentabilizar em tudo o quanto é possível, o padrão Palace II foi retomado, e segue sendo, enquanto essas empresas de fachada dos parapoliciais seguir operando.
Já o esquema próprio do Gelatina implicaria em abrir caras franquias de lojas de doces (as mais sofisticadas do segmento), posicionadas em shopping centers (com aluguel também muito dispendiosos) e fazer uma parte do giro do arrecadado como suposto sócio externo da Repartição da Delinquência. Para “botar na reta”, ele próprio quando tinha gabinete na famigerada ALEAF, empregou a senhora progenitora do Matador da Obra, a “conja” do ex-capitão de Forças Táticas; já para o Faz-tudo, colocou a “conja” (copiando aqui o padrão Marreco da Republiqueta da Farsa Jato de língua portuguesa) e duas rebentas (uma delas circulando na alta como requisitada treinadora particular de preparação atlética). Amáquina azeitada ia além.
Através de “dotôres adEvogados” de confiança, o investimento em imóveis formais, com valor sub apreciados na compra e com elevação acima da média na venda, daria a movimentação necessária para lavar os valores. Não se sabe se tais valores seriam para ele, Gelatina, para seu clã dos FA ou um negócio associado, entre o gabinete, a familícia e a Repartição. O certo é que no mandato do CT, havia muita mobilidade e apoio para suspeitos de pertencer a facções paramilitares e parapoliciais, chegando a dar prêmio para o Matador quando esse estava em cana no Batalhão Especial Prisional da Força Militarizada. Ao não ter um território único de “fechamento”, partindo do eleitorado difuso no discurso da extrema direita policial e adjacências, foi mais fácil evadir do foco, até porque no período do Playboy Parasita governador estadual, a Religa da Injustiça era a mais “famosa” das bandas podres de parapoliciais apelidados de “milicianos”.
No próximo episódio, quarto e último, vamos nos debruçar na ampliação do modelo complexo, incluindo controle a terminais portuários, entroncamentos rodoviários e a expansão dos negócios de terrenos e imóveis.
Bruno Lima Rocha é editor dos canais do Estratégia & Análise, a análise política para a esquerda mais à esquerda. Rafael Costa é desenhista e cartunista (E-mail- Rafael.martinsdacosta@yahoo.com.br. Instagram- @chargesecartuns )
Contato: blimarocha@gmail.com | facebook.com/blimarocha
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brazil/guyana/suriname/fguiana / migração / racismo / policy statement Tuesday July 07, 2020 22:59 byCoordenação Anarquista Brasileira

Maria Eduarda, Amarildo, Claudia, Miguel, João Pedro…. a lista de pretos e pretas que tiveram suas vidas levadas pela ação do Estado Policial de Ajuste é mais longa do que poderíamos colocar neste texto.

Somos constantemente perseguidos e assassinados nas cidades de todo o país. Os povos originários vivem o mesmo drama, sendo caçados pelos jagunços do capitalismo, desmatadores, destruidores do meio ambiente e barões do agronegócio.

Desde que as terras foram tomadas dos povos originários e os africanos sequestrados e colocados em trabalho forçado dando origem ao capitalismo colonial, temos sido empurrados para a margem de um sistema de superexploração e morte. As heranças malditas da colonização e da escravidão atravessaram todos os governos brasileiros desde sua formação, e ainda recaem sobre os povos racializados numa lógica de manutenção da miséria, através do desemprego, da falta de condições de moradia, do analfabetismo, da fome, das negações de qualquer forma digna de vida e, em última análise, do genocídio propriamente dito.

Diante do aprofundamento da crise do capitalismo provocada pelo novo coronavírus, o que vemos são as quebradas, as palafitas, as comunidades indígenas, as favelas e as periferias sendo as regiões mais afetadas justamente pela negação do direito a saúde: não há estrutura nos hospitais para atendimento adequado ou socorro (leitos, respiradores, ambulâncias), nem os direitos dos profissionais da saúde são respeitados e garantidos.

Em meio a pandemia o genocídio dos nossos povos se intensificou, atuando não só através da bala disparada pela força armada do Estado como também através do negacionismo e irresponsabilidade dos governos no que se refere ao combate à pandemia e à garantia das condições de vida para as populações vulneráveis: Bolsonaro, Witzel, Dória, Rui Costa, Ratinho Jr. e quaisquer outros governantes fingem estar em lados opostos da farsa eleitoral, mas a verdade é que estão todos de mãos dadas quando o assunto é nos tirar direitos, nos atacar e nos deixar a própria sorte com risco de morrer ao ir trabalhar já que, sem direito a quarentena, nos impedem de ter acesso ao isolamento social.

Diante desse quadro, nós do GT étnico-racial da CAB, entendemos que não há alternativa que não seja a historicamente elaborada por nosso povo desde a construção dos quilombos: nos organizar para a luta direta e para o inevitável conflito. Devemos enfrentar o racismo e o protofascismo, combater, com decisão, os movimentos de extrema-direita que vem querendo ganhar espaço; e garantir, através de nossa força, o direito ao isolamento social remunerado, à saúde e à vida digna e plena.

É hora de ocuparmos as ruas para dizer que não aceitaremos a morte, nem pelo genocídio armado, nem pela doença, nem pela fome: exigimos vida digna!.

Aos nossos mortos nem um minuto de silêncio, mas toda uma vida de lutas!
Povo preto unido pela libertação de todos os povos!


Coordenação Anarquista Brasileira

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