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A Guerra Que o Estado e o Capital Nos Movem....

category iberia | miscellaneous | opinião / análise author Friday June 10, 2005 07:51author by Manuel Baptista - Luta Socialauthor email manuelbap at yahoo dot com Report this post to the editors

É esta guerra sem quartel que os ricos e poderosos movem contra os pobres e os despojados.

Esta guerra cruel, impiedosa, que mata sorrateiramente, que não tem frente mas é feita de inúmeras batalhas, que tanto surge nos países “desenvolvidos” como nos do “3º Mundo”, esta é a guerra de classes. É esta guerra sem quartel que os ricos e poderosos movem contra os pobres e os despojados.
Em Portugal, desde há cerca de 20 anos sucedem-se os ataques contra as garantias e direitos laborais conquistados logo a seguir ao 25 de Abril de 74, numa altura em que a burguesia, juntamente com as hierarquias militares ou dos partidos, sabia que não podia derrotar a “rua” se esta se mobilizasse de forma unida para sacudir completamente o jugo que apenas fora abanado.

Actualmente, o governo leva a cabo mais uma ofensiva nessa guerra de classes, munindo-se da força de uma ditadura da maioria, que não de verdadeira legitimidade democrática, pois fez exactamente o oposto do que prometera, servindo-se de um ardil de “surpresa” perante o estado das contas públicas, que apenas convence quem deseja sê-lo.
Deixemos bem claro o seguinte: o que preocupa o poder em Portugal (a burguesia e o seu governo) não é o famoso défice, é a capacidade de resistência da classe trabalhadora e a sua combatividade, pois é um país que já passou por períodos de maior desafogo, já se viveram também momentos de acesa luta popular e operária, estando isso inscrito na memória de grande parte das pessoas.
Isto, apesar do reformismo mais que comprovado de todo o movimento sindical, tendo como expoentes tanto a CGTP como a UGT, as quais se têm sentado à mesa de “negociações” para retirar direitos consagrados, fazer um “nim” ou uma “resistência simbólica” ao código “anti-laboral”, etc.
Como precisam de uma submissão total, é impensável que deixem de pé uma função pública onde subsista trabalho com direitos, com dignidade de carreiras, sem contratos individuais, sem precariedade. Tudo isto tem de acabar na função pública e na administração pública para nunca mais ser negociável no privado e assim satisfazer a oligarquia reinante.
Os dirigentes sindicais sabem perfeitamente que estes são os planos estratégicos da classe dominante. Porém, como seriam incapazes de se lhe opor (estão demasiado comprometidos com ela) vão dando a ilusão de combatividade, por forma a satisfazer as suas bases. Estas, preferem ter fé, a olharem um pouco criticamente as movimentações que, sempre do alto, são decretadas pelas ilustríssimas cabeças dos dirigentes sindicais.
Fosse o movimento sindical mais horizontal e haveria neste período de Maio - Junho plenários nos locais de trabalho (a lei prevê essa possibilidade, mas os sindicatos nunca a aproveitam) onde seriam discutidas as diversas formas de luta, onde se elegeriam comissões de base e seus delegados para levar a cabo a coordenação com outras comissões... Assim e só assim, poderia o movimento dos trabalhadores e os seus sindicatos agir de forma eficaz contra o ataque sem precedentes que o P"S" desencadeou contra todos os trabalhadores, não apenas os da administração pública.
Resta acrescentar que, se o governo levar à prática a promessa/ameaça de só permitir a entrada de um trabalhador na administração pública, por cada dois que se reformem, tal política será correlativa do abandono completo ou degradação de inúmeras estruturas, nomeadamente na saúde pública e nas escolas, criando assim artificialmente as condições para os privados poderem explorar os que, embora com sacrifício, ainda conseguem pagar o internamento na clínica, o colégio dos filhos, etc. Chamam a isso "libertar o mercado"...
Mas criam também mais geral e funda miséria, onde ela já é tão grande!

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