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Coletânea crítica ao totalitarismo stalinista e a tentativa de normatizar o absurdo

category internacional | a esquerda | opinião / análise author Monday October 07, 2019 02:52author by BrunoL - 1 of Anarkismo Editorial Groupauthor email blimarocha at gmail dot com Report this post to the editors

Existe uma nova onda na internet brasileira, especificamente o uso político da rede, que é interessante e ao mesmo tempo merece um alerta. Há um esforço considerável e reconhecido para normalizar os c

Neste breve artigo, compilo observações dos embates recentes os quais participei neste início de outubro de 2019. A divisão por tópicos pode facilitar a leitura embora reconheça que na tradição mais “ortodoxa” dos textos das esquerdas, quebra o ritmo da narrativa. Entre prós e contras, seguimos,.
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07 de Outubro de 2019, Bruno Lima Rocha
Apresentação
Existe uma nova onda na internet brasileira, especificamente o uso político da rede, que é interessante e ao mesmo tempo merece um alerta. Há um esforço considerável e reconhecido para normalizar os crimes de Stálin, e não só, de recuperar toda a experiência do Leste Europeu e ligar simbolicamente à presença da China hoje, como a Superpotência Mandarim. Neste breve artigo, compilo observações dos embates recentes os quais participei neste início de outubro de 2019. A divisão por tópicos pode facilitar a leitura embora reconheça que na tradição mais “ortodoxa” dos textos das esquerdas, quebra o ritmo da narrativa. Entre prós e contras, seguimos.
A NEP antissoviética, a China capitalista e a alucinação da “esquerda” viúva do Leste Europeu
Os "amigos" que defendem e se escoram na NEP (Nova Economia Política, “nova” no paradigma do marxismo russo) - a segunda grande traição Bolchevique, com Lenin vivo e Trotsky e Stálin trabalhando lado a lado - usam um argumento que cola no delírio pós Guerra Fria de mistificação dos processos históricos. Entre a falsificação do século XX e as ilusões no século XXI resta uma conclusão. Se não passar a limpo a NEP e fizer uma crítica sem dó, alucinados como esses vão "interpretar" a Gazprom (ou a Huawei, talvez a Cargill) como uma etapa necessária, de repente "intermediária" esperando que um Estado autocrata de base capitalista se "autodissolva" um dia por passe de mágica com "razão dialética" ou qualquer outro jogo de palavras sem sentido. Como não pensar que a tradição autoritária floresce nas cloacas da história?
Stálin, a Nomenklatura e o Hobbesianismo por esquerda
Sempre pergunto em aulas de Política se a turma, hipoteticamente, aceitaria viver numa sociedade de pleno bem estar, com todos os direitos assegurados, todos mesmo (trabalho, saúde, moradia, cultura, lazer, gestação, desporto etc.), mas com absoluto controle e cerceamento dos direitos políticos. Ou seja, ditadura de partido único e a filiação ao partido como a única forma de acesso a postos-chave no aparelho de Estado. As quatro elites formais na antiga URSS, a política, a acadêmica, militar e econômica (na gestão das empresas estatais) tinham como critério de entrada a filiação ao PCURSS. Em geral não digo que esta sociedade existiu e o exemplo dado é no período soviético da Nomenklatura, especificamente nos governos Kruschev e Brejnev. Ou seja, reforço o mito da “tentação autoritária”, o que geralmente no Brasil é associado a posições imaginárias como sendo conservadoras e à direita.
Surpreendentemente, a imensa maioria diz que NÃO, JAMAIS ACEITARIA, pois na ausência de direitos políticos não teriam certeza da garantia ou ao menos da possibilidade de lutar por estes direitos. Quando digo que este mundo existiu e sua era de ouro durou quase quarenta anos há muita surpresa. Hobbes, coitado, é muito mal interpretado e ficaria feliz em ver o direito à vida plena em termos materiais aplicado na antiga União Soviética. Mas, e o direito político? Então, quando a elite da Nomenklatura virou de lado (a partir de 1988) e dilapidou o patrimônio público, o Estado ruiu em menos de quatro anos. Parafraseando nosso poeta maior “E agora José, a festa acabou e teu ‘ônibus da história’ despencou barranco abaixo”. Para não parecer terra arrasada de toda a experiência, apesar ao menos deixa o exemplo de que uma economia planificada, mesmo que estupidamente centralizada, pode gerar bem estar social.
As características estruturantes dessa forma de pensamento político por “esquerda”
São mais que reconhecidos os crimes do stalinismo, seus asseclas e clones mundo afora (como Enver Hoxha na Albânia, Nicolae Ceausescu na Romênia, Kim IlSung na Coreia do Norte e a lista segue conforme a perspectiva histórica e ideológica). Infelizmente, parece que o mito supera o fato e a compreensão perde para a interpretação. Vejamos alguns problemas fundamentais, de estrutura mesmo.
Quais fenômenos da interna política levam ao culto à personalidade? Como forças políticas enormes dependem necessariamente de um grupo muito reduzido de "dirigentes"? O culto da liderança não é também um elogio ao individualismo, às lutas mais mesquinhas pelo poder?
Também cabe perguntar. Qual o maior equívoco da esquerda, não da ex-esquerda, mas da esquerda restante? Determinismo sociológico (em busca da classe ou fração de classe prometida) ou ilusão com as próprias análises que levam a algum tipo de autoproclamação?!
Sobre a degeneração e a liderança política esse é um tema clássico e aqui vai só um início de debate. Reconhece-se que existe liderança política e algumas atribuições facilmente identificáveis como: carisma, oratória, exemplo, dedicação, trajetória, capacidade resolutiva. Mas, quando estas características se cristalizam em uma estrutura de poder permanente?! Piorando. É quando isso se torna culto à personalidade e já não há mais volta atrás!
Vale o debate e mais ainda a preocupação.

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Publicamos agora esta tradução que fizemos alguns anos atrás, no contexto da eleição do Partido dos Trabalhadores (PT) para a presidência do Brasil. Na realidade, a tradução aguardava para ser publicada em livro, mas, pelas mudanças de nossas prioridades editoriais, fazemos agora sua publicação na internet, disponibilizando o texto aos leitores.

O artigo de Janet Biehl é relevante, pois discute a trajetória política dos partidos verdes em diversas localidades da Europa, particularmente na Alemanha. É incrível a similaridade entre a proposta dos verdes – fundamentalmente a dos alemães, que era a mais radical – e a proposta de constituição do PT no Brasil. Tanto os verdes, quanto o PT, acreditaram que era possível sustentar o campo parlamentar como “mais um campo de luta”, juntamente com as lutas populares de massa. Similarmente, movimentos populares de base, ao considerarem o Estado um campo importante de luta, entraram em sua máquina e, aos poucos, sua política institucional transformou-os, fazendo com que perdessem suas bases, sua combatividade e sua capacidade de mudança.

Esta discussão traz à tona um dos temas clássicos mais debatidos no seio do movimento socialista mundial, que é a questão do Estado. Seria ou não o Estado um caminho para a transformação social? De um lado, os marxistas e sua descendência sustentavam (e ainda sustentam) que sim, e propunham, por meios revolucionários ou reformistas, que o Estado era um meio para a emancipação popular. De outro, anarquistas e libertários de diversos matizes sustentavam que a conquista do Estado criaria uma nova classe burocrática colocando-a, junto com o poder de Estado, sobre o povo e continuando a exploração. Este tema central na Primeira e na Segunda Internacionais foi motivo de cisão entre libertários e autoritários.

O texto a seguir contribui sobremaneira com a tese dos anarquistas e libertários, particularmente em relação à estratégia reformista de tomada do Estado, mostrando como um movimento popular classista e combativo, ao considerar o Estado como um campo de luta e ingressar na política parlamentar institucional, pode reduzir-se ao jogo eleitoral e acabar com sua própria capacidade de transformação. Junto com a própria história do PT, a história dos verdes, muito bem retratada em “De Movimento a Partido Político”, corrobora a tese de que o Estado não é um meio, não é um “campo de batalha”, muito menos um instrumento neutro para aqueles que de fato desejam a transformação social.

Devemos deixar claro que a proposta colocada por Biehl ao final de seu texto, como saída para a crise da tentativa eleitoral dos verdes, não é compartilhada por nós. Polêmica entre os anarquistas, a teoria do municipalismo libertário propõe que se ocupem os espaços políticos das municipalidades que ainda não estejam completamente tomados pelo Estado e pelo governo e que se lute para democratizá-los. Em nossa opinião, essa estratégia é equivocada por algumas razões. Primeiramente, porque defendemos uma concepção de movimentos populares (movimentos sociais, sindicatos) que se desenvolvam fora do âmbito do Estado, e organizem-se por demandas colocadas pela luta de classes, que é uma contradição negada pelos defensores do municipalismo. Depois, por não colocar a necessidade da organização política anarquista que, juntamente com estes movimentos, poderia conduzir à transformação desejada. Portanto, ao contrário da proposta do municipalismo libertário, que coloca como tática para os anarquistas a disputa dos organismos institucionais municipais, nós colocamos que nossa estratégia é a criação e a participação ativa nos movimentos populares que surgem a partir da luta de classes, buscando estimular o sentimento libertário que é latente em um amplo setor do povo. Este estímulo deve evidenciar aspectos combativos, autônomos, de luta pela ação direta, pela horizontalidade e pela democracia direta, visando criar movimentos de maiorias que, longe de ficarem restritos a uma determinada ideologia, sejam plurais e agreguem-se sobre bases das necessidades reais, a outros movimentos, constituindo uma força social com condições de unir a todo o conjunto de classes exploradas e derrubar o capitalismo e o Estado.


Felipe Corrêa e Victor Calejon (editores, Faísca Publicações Libertárias)

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