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Periódico El Libertário da Venezuela: O “anarquismo” de direita à serviço da burguesia e do intervencionismo

category venezuela / colombia | imperialismo / guerra | opinião / análise author Friday September 01, 2017 14:39author by anoerror - anoerror

Tradução ao português feita por: #anarquista anti-imperialista
Rafal Uzcatégui: funcionário da ONG Provea
Rafal Uzcatégui: funcionário da ONG Provea

Enviado por anonerror em Sáb, 05/04/2014 - 17:59

Como leitor da imprensa anarquista, fiquei perplexo em observar que, como resultado dos protestos de fevereiro de 2014 na Venezuela, o jornal El Libertario se afastou radicalmente dos princípios e propósitos do anarquismo, adotando uma linha em sintonia com os meios de comunicação de massa e em funcionalidade com o estatismo, a burguesia de direita e o intervencionismo. O periódico El Libertario, através de uma linguagem cidadã tipicamente burguesa em defesa da Democracia e dos Direitos Humanos, chegou até a exigir através do seu site digital a intervenção de organizações como a OEA na Venezuela (1) e emitir manipulações como a afirmação de que o movimento de fevereiro na Venezuela nasceu da "espontaneidade". (2)

Dias antes, Rafael Uzcátegui, editor de El Libertario, num artigo chamado Manifesto Nini, disse:

"Hoje é uma necessidade de oxigenar a paisagem política viciada do país, reinventar as dinâmica movimentistas e recuperar uma institucionalidade democrática que responda às necessidades das pessoas". (3)

Ao ler esta declaração de intenções democrático-burguesas, me perguntei quais foram as motivações de Rafael Uzcátegui para uma posição tão reformista. Decidi então ler o tal jornal com atenção para compreender que interesses perseguem tal virada ideológica e visualizar os possíveis vínculos concretos da mídia com a burguesia e os mecanismos que usam em nome da "Anarquia" para manipular mediaticamente, tanto em nível nacional como internacional.

Antes de prosseguir, considero pertinente lembrar que as críticas àqueles que participam da elaboração de El Libertario tendem a se concentrar principalmente no fato de serem pessoas de classe média, "sifrinos", como diriam na Venezuela. Essas críticas considero insuficientes, uma vez que, sem ser um tema menor, a origem social dos editores, o importante e fundamental para o anarquismo historicamente tem sido a prática política e a consciência libertária. Mas aqueles que apoiam El Libertario, além de pertencerem às classes médias privilegiadas, exercem uma atividade política concreta essencialmente burguesa: colaboracionismo, conciliação de classe, intervencionismo, cidadania e pacifismo burguês. Então vou tentar mostrar o porquê.

El Libertario e seu vínculo direto com a organização burguesa Provea


O editor de El Libertario, Rafael Uzcátegui, conhecido nos círculos anarquistas como autor do livro Venezuela: A Revolução como espetáculo, é um dos principais teóricos e funcionários liberados da ONG Provea, uma organização que foi fortemente questionada por seu caráter parcial a favor dos partidos de direita na Venezuela. (4)

Provea e El Libertario compartilham a mesma linha discursiva de defesa da democracia, da constituição e os direitos humanos. Rafael Uzcátegui, não é um simples empregado de uma empresa como qualquer um de nós poderia trabalhar, maso trabalho que desenvolve em Provea corresponde a uma atividade de militância política remunerada como liberado de dita organização. O jornal El Libertario se apresenta como o braço comunicacional da Provea, prova disso é que promovem no seu site digital as declarações de Provea, tanto as escritas (5) quanto as em formato de video (6).

O discurso para os Direitos Humanos e a Democracia, historicamente relacionado à esquerda, é atualmente uma arma do capitalismo intervencionista e neocolonizador. Foi em nome da democracia e dos direitos humanos que os genocídios e invasões do Iraque, do Afeganistão e da Líbia foram consumados. Este discurso é elogiado por ONGs que apelam abertamente ao intervencionismo, uma prática de comunicação fortemente criticada por diferentes círculos anticapitalistas, um exemplo concreto é a crítica do intervencionismo da Amnistia Internacional pela revista anarquista Amor y Rabia. (7)

Na Venezuela, a dinâmica é semelhante: o próprio Rafael Uzcátegui, através do twitter (8), emitiu declarações da Provea, chamando abertamente o intervencionismo internacional: "Os eventos na Venezuela mostram a deterioração das instituições públicas para efetivamente arbitrar na diversidade de posições políticas que existem na Venezuela. Diante dessa situação, é muito importante que vários setores da comunidade nacional e internacional reajam ". (9)

O que esta ONG se refere como uma "comunidade internacional"? A AIT? O mundo anárquico e trabalhador? Tem de ser muito ingênuo para pensar tal coisa. Eles se referem claramente a organizações politico-militares associadas a organizações como a União Européia e principalmente a Organização dos Estados Americanos, onde o governo dos EUA se destaca. Não é coincidência que Provea seja financiada por agências da burguesia internacional desses Estados.

Quem está por trás da Provea?


A Provea é financiada principalmente pelos EUA e a Europa. É a mesma organização que assinala em seu site receber financiamento direto de diferentes empresas e Estados (10). Entre os financiadores govenamentais se destaca a Inglaterra, um estado que tem sido protagonista dos Estados Unidos no genocídio do Iraque e do Afeganistão. (11)

Também é digno de nota o financiamento dos EUA para Provea pela organização "democrática" e "muito preocupada com o povo venezuelano", Open Society Institute (12), uma organização do terrorista financeiro e especulador profissional George Soros (13). Situado por Forbes como um dos 10 homens mais ricos dos EUA (14), George Soros é conhecido por sua habilidade de rapina no mundo da especulação global e foi o principal protagonista da quarta-feira negra, crise financeira que em 1992 causou a falência do Bank of England, ao permitir que este especulador aumente sua fortuna em mais de um bilhão de dólares. (15)

Entre os financiadores privados da Provea também figura a Ford Motor Company (16), uma empresa com importantes interesses industriais na Venezuela (planta de automóveis em Valência, estado de Carabobo). A Ford Motor Company tem uma longa história de colaboração com regimes fascistas, financiou o nazismo (17) e foi a primeira grande empresa internacional a colaborar com Franco (18). A empresa foi acusada na Argentina de ter participado diretamente da detenção ilegal, tortura e desaparecimento de seus próprios trabalhadores sob a ditadura militar de Videla e a junta militar que governou a Argentina entre 1976 e 1983. (19) A história criminosa de Ford é infinita. Destaca-se também o caso da demissão antisindical de 58 delegados da assembleia coordenadora em 1977 na fábrica de Almussafes, em Valência, na Espanha. Também ficou conhecido o caso de demissão contra o companheiro secretário geral da CNT na Ford, Alfredo Martinez, ao se opor ao Toyotismo. (20) Outro caso de terrorismo patronal da Ford foi deixar na rua 450 famílias de trabalhadores do Puerto de Santa María em Cádiz em 2011 para deslocalização, apesar de a fábrica apresentar grandes lucros desde 1990. (21)

Outro organismo financiador da Provea é a CEJIL (22), organização paraestatal dos EUA, cuja missão é, de acordo com seu site: "promover mudanças sistemáticas em nível estadual e servir de jurisprudência para a região" (22). CEJIL é consultora oficial da OEA, Organização dos Estados Americanos, onde os EUA exercitam e fortalecem seu domínio político, militar e econômico na região. (23)

Outros Estados que financiam a Provea são Austrália, Finlândia, Holanda, Noruega; Alemanha através de organizações como Dienste em Übersee e a Espanha através da organização católica Funderetica (24). Entre os financiadores privados da Provea também se destaca o gigante químico-farmacêutico Merck (25), uma empresa que especula com a saúde de milhões de pessoas, com presença em centenas de países.

Provea também recebe financiamento direto da UE, (26) Organização de Estados que tem sido fortemente questionada como cúmplice do golpe fascista na Ucrânia no início de 2014. (27)

Em um artigo chamado "Autonomia para os movimentos sociais", Rafael Uzcátegui, editor de El Libertario e ativista pró-ativo da Provea, defende "a criação de múltiplos espaços de sobrevivência e resistência, autônomos e totalmente alheios ao Estado e à iniciativa privada "(28) ... Diante tal declaração, pergunto-me: como se pode falar de autonomia quando recebe financiamento diretamente da alta burguesia para suas atividades políticas?

El Libertario e a manipulação analítica da revolta de fevereiro na Venezuela


Na declaração diante os eventos de fevereiro a março de 2014 na Venezuela, o editor coletivo de El Libertario afirma: "Ao contrário do que foi dito sobre tumultos apenas de burgueses e pequenos burgueses, eles têm um conteúdo social transversal onde há pessoas de todos as condições ". (29) Em face disso, parece que El Libertario “esquece” "de que os movimentos burgueses historicamente foram policlassistas. Que melhor exemplo do que a mãe de todas as revoluções: a Revolução Francesa, um movimento onde participaram pessoas de diferentes classes e estratos sociais. No movimento golpista e reacionário que finalmente derrubou o governo social-democrata de Salvador Allende, também participaram pessoas de diferentes classes sociais, desde trabalhadores das minas, dos transportes até grandes capitalistas e proprietários de terras. O que determina se um movimento é burguês não é simplesmente a origem social dos sujeitos participantes, mas a intencionalidade do mesmo.

No mesmo relatório sobre a revolta de fevereiro, o jornal El Libertario afirma: "É importante insistir que esta insurreição coletiva tem sido e é basicamente espontânea". (30)

Esta é uma tremenda manipulação sociopolítica. Afirmar que os protestos de fevereiro foram espontâneos é tentar dar-lhe um caráter de auto-organização e cores anárquicas para um movimento profundamente autoritário. Um movimento motivado principalmente por slogans reacionários, como o "fim da insegurança" (mão dura e prisão por delinquência), "Maduro Vete Ya" e "SOS Venezuela", é claramente um movimento autoritário filofascista em busca do intervencionismo, golpismo e, que de imediato, não conseguiria outra coisa que mudar um presidente por outro no Poder do executivo.

Não se pode falar de espontaneidade, quando foram os grandes partidos de direita e da ultra-direita que chamaram a se sublevar contra o governo ao grito de 'Maduro Vete YA'.

Não se pode falar de espontaneidade quando testemunhamos como, através da mídia burguesa de comunicação, há toda um trabalho para incentivar os protestos e o intervencionismo. Não se pode falar de espontaneidade, quando, durante anos, setores da burguesia venezuelana, apoiados por governos de diferentes latitudes e especialmente pelos Estados Unidos, procuraram derrubar os governos chavistas de qualquer jeito. Não se pode falar de espontaneidade, quando a direita venezuelano repete o mesmo roteiro que finalmente acabou derrubando o governo social-democrata de Salvador Allende. Não se pode falar de espontaneidade, quando, durante décadas e décadas, os países latino-americanos sofreram levantes fascistas, com milhares de mortos, torturados e desaparecidos, liderados pela burguesia internacional.

Os partidos convocaram os protestos de fevereiro (Voluntad Popular, Primero Justicia) correspondem à direita mais reacionária da Venezuela. Eles são o equivalente à UDI no Chile ou ao PP na Espanha. A direita mais rançosa da Venezuela.

El Libertário e a manipulação histórica
A repressão do Estado terrorista deve ser sempre denunciada e criticada, mas equiparar ao Caracazo de 1989, um movimento popular, espontâneo e anticapitalista contra as políticas canalhas do FMI, com a revolta burguesa e reacionária que assola desde 12 de fevereiro setores da região é uma manipulação e um insulto às classes oprimidas e exploradas. O que viveu a Venezuela não é um 15M de 2011, onde o “povo espanhol” sem um discurso político claro foi lançado na rua para protestar contra a classe política em parte e contra o capitalismo, outros. Não é um “Que se vayan todos! (Fora todos!)” que saiu às ruas na Argentina de 2001 contra o golpe do corralito. O que experimentou a Venezuela em fevereiro de 2014 foi um movimento liderado por partidos de ultra-direita cujo principal desejo era o de derrubar o governo do burocrata Nicolás Maduro e se apoderar da máquina de Estado. Ou seja, a revolta de fevereiro foi um movimento estatista, autoritário e burguês, de intenções golpistas e práticas filofascistas.

Insisto, a repressão se deve denunciar sempre, mas somar-se mediaticamente às manifestações que foram convocadas por partidos de direita é uma prática autoritária e burguesa, uma prática tão ou mais autoritária como apoiar os governos de forma direta ou através do mecanismo eleitoral.

No que diz respeito aos estudantes reprimidos, é indubitável que os libertários, onde quer que estejam devem se solidarizar com os e as reprimidos/as, mas quando os governos de esquerda ou de direita reprimem estudantes no Chile, não justifica que o movimento estudantil se some hipoteticamente aos protestos da direita. Da mesma forma, não imagino anarquistas andaluzes, bascos, catalães ou galegos, participando das mobilizações do PP ou da Democracia Nacional. Embora não seja comparável, mas dada a discussão, mesmo os grupos autônomos de esquerda como VOP e setores radicalizados do MIR para o período da Unidade Popular (UP) no Chile (1970-1973), por mais críticos que fossem de Allende, não se somavam aos protestos da burguesia de direita que buscavam criar as condições necessárias para o golpe contra o governo da UP.

O libertário e sua falsa crítica ao marxismo

Também considero importante comunicar que El Libertario em certos documentos aparentemente critica a posição marxista da tradição leninista latino-americana de "poder popular". No entanto, não hesita em publicar através do seu site digital, as análises e os apelos do PSL, partido trotskista, ou seja, marxista e estatista. No entanto, o Libertario e a Provea organizam atividades em conjunto com o PSL, como o Sindicato e o Encontro Popular em Caracas (31), onde compartilham uma trincheira com a Revolução Revolucionária e Autônoma, o braço do sindicalismo estatista do PSL. (32)

O libertário da Venezuela como uma voz da burguesia

O jornal El Libertario, através do seu site digital, durante os protestos de fevereiro e até hoje, tem se dedicado a divulgar diferentes atividades e propagandas do direito venezuelano, como "Cadeias humanas" (33), "vigílias" (34 ) e 'Testemunho: sobre os protestos em Maracaibo' (35). Nesta seção você pode preencher páginas e páginas com citações semelhantes. A manipulação da mídia de El Libertario é infinita. Todos os dias que verifico o seu site digital, encontro novas entradas - alguns são do meu agrado, devo dizer - de fato, a tática de manipulação de mídia de El Libertario consiste em imagens interpostas, frases de Bakunin e comunicados anarquistas de importantes organizações libertárias internacionais com propaganda autoritária e conciliação de classe. É assim que eles enganam e geram simpatia em diferentes meios de comunicação anarquistas. Mas é uma questão de revisar um pouco mais o seu site digital para deixar claro que a tendência liberal em El Libertario é predominante.

Também é habitual ler no El libertário comunicados da ONG neocolonizadora Amnistia Internacional.

A trincheira do editor de El Libertario, Rafael Uzcategui, é a cidadania estatista, suas análises se baseiam em citações reiteradas aos direitos humanos e às misérias autoritárias como a constituição. Em uma coluna publicada em 17 de março de 2014, Rafael Uzcategui afirma que "é preciso ser firme em condenar atos de violência e ter força em rejeitar qualquer mecanismo não constitucional" (36).

Preciso explicar por que defender a constituição não é uma prática anarquista? Desde quando os anarquistas são responsáveis pela defesa da ordem constitucional dos Estados?

Conclusões

O jornal El Libertario da Venezuela é o máximo exponente do "anarquismo" de direita na América Latina, é um informativo que manipula de maneira descarada. Sua principal função é trazer pessoas que têm simpatia por idéias anarquistas para posições liberais e de pró-cidadania e, portanto, funcionais para o Estado, ao capitalismo e a sociedade dividida em classes.

O jornal El Libertario é um meio diretamente financiado pela burguesia internacional através da organização paraestatal Provea, ou seja, não só se alheiam dos princípios e propósitos do anarquismo em nível comunicacional, mas também a sua posição específica no nível social é absolutamente burguesa e reacionária: a burocracia privada, os think tank, o subvencionismo, o parasitismo, a hipocrisia sistêmica, a conciliação de classes e os absurdos teóricos e práticos. Em suma, o jornal El Libertario é um meio liberal, representante da burguesia, funcional ao estatismo e à classe dominante, são, portanto, inimigos das classes oprimidas e exploradas.

Considerações finais


A intenção deste texto não é justificar sob nenhum motivo a repressão do Estado terrorista venezuelano, tampouco é um um aceno para a social-democracia populista que governa a Venezuela, mas é um chamado à atenção para o mundo popular e principalmente para pessoas que trabalham com contra-informação, crítica anticapitalista, organizações autônomas e anarquistas, federações estudantis e anarcosindicalistas para que tenham pelo menos um pouco de prudência em lidar com análises liberal-burguesas e o panfletarismo de El Libertario da Venezuela.

A intenção do texto tampouco é defender as tendências que criaram identidade com o chavismo, nem com aqueles partidos e organizações que escrevem poemas para Chávez. É verdade que os governos Chavitas ganharam a simpatia de amplos setores da esquerda, também, infelizmente, de pequenos setores que se autoproclamam como libertários, não é intenção deste artigo criticar essas tendências, mas vou comentar que aqueles que dirigem ou indiretamente, apoiar os governos podem ter, talvez, muito boas intenções, mas não são anarquistas. Pessoalmente, não considero a FARV uma organização anarquista também. Na verdade, posso concordar com as pessoas de El Libertario nas campanhas abstencionistas que realizaram em contraste com a FARV, que fizeram campanha para apoiar os candidatos a poder de Chávez. No entanto, o anarquismo não é meramente abstencionismo, pode-se ser abstencionista e, ao mesmo tempo, um burguês funcional para os interesses do capitalismo. Pode ser abstencionista e ao mesmo tempo autoritário e déspota.

Independente das políticas públicas promovidas pelos governos chavistas, este, como qualquer outro governo, continua a reproduzir e fortalecer a dominação do capitalismo e, como qualquer outro estado, o venezuelano usa a violência dos mercenários e das forças policiais contra a sociedade. É tarefa de todos denunciar aqueles que colaboram com os governos, bem como a tarefa de todos, denunciar as tendências liberais que se disfarçam como anarquistas.

@tierrarevuelta


(1) La OEA de Pilatos http://periodicoellibertario.blogspot.com.es/2014/03/op....html
(2) Declaración ante los eventos de Febrero-Marzo 2014http://periodicoellibertario.blogspot.com/2014/03/decla....html
(3) Manifiesto Nini http://rafaeluzcategui.wordpress.com/2014/02/03/manifie...nini/
(4) Es cosa de revisar la página de Provea y observar que más que una ONG es un verdadero partido político o un brazo más del Estado, según la ocasión. http://www.derechos.org.ve/
(5) Provea: Boletín Internacional febrero 2014 http://periodicoellibertario.blogspot.com/2014/03/prove....html
(6) Provea: Situación de los DDHH en Vzla al 21.02.14 http://periodicoellibertario.blogspot.com/2014/02/prove....html
(7) Amnistía Internacional, colonialismo con un rostro amablehttp://noticiasayr.blogspot.com/2014/01/amnistia-intern....html
(8)

Related Link: http://www.alasbarricadas.org/noticias/node/29092

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Comemorando a posição dos países capitalistas em suspender a Venezuela do Mercosul.
Comemorando a posição dos países capitalistas em suspender a Venezuela do Mercosul.

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Uzcatégui difundindo informe da OEA
Uzcatégui difundindo informe da OEA

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