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As gravações de Lula e Dilma e cia - comentários 1

category brazil/guyana/suriname/fguiana | economia | opinião / análise author Thursday March 17, 2016 10:45author by BrunoL - 1 of Anarkismo Editorial Groupauthor email blimarocha at gmail dot com Report this post to the editors

16 de março de 2016, Bruno Lima Rocha

Antes de lerem estas palavras, peço aos amig@s daqui que lembrem que quem escreve está à esquerda do governo, é critico do mesmo e jamais militou em partido eleitoral e menos assumiu cargo de confiança ou em comissão. Ou seja, não busquem ver governismo onde não há. Como trata-se de disputa de facções e projetos políticos e, estritamente, não estou vinculado a nenhum destes, fico bem à vontade para tecer os comentários.
O teor destas conversas está no mesmo patamar ou ainda menor que os grampos realizados durante o Leilão do Sistema Telebrás com Luiz Barros e Fernando Henrique Cardoso.
O teor destas conversas está no mesmo patamar ou ainda menor que os grampos realizados durante o Leilão do Sistema Telebrás com Luiz Barros e Fernando Henrique Cardoso.

Após ouvir as gravações divulgadas entre Lula e aliados, incluindo a conversa com a presidente Dilma, me veio na memória um episodio semelhante durante a década de '90. Não quero parecer Poliana, mas entendo que o teor das conversas está no mesmo patamar ou ainda menor do que os grampos realizados durante o Leilão do Sistema Telebrás, onde foram capturadas conversas pouco republicanas entre Luiz Carlos Mendonça de Barros - então ministro das Comunicações - e o presidente Fernando Henrique Cardoso. O processo decorrente terminou nulo. Em 2009, Mendonção foi absolvido pela Justiça Federal das denúncias de improbidade administrativa. As conversas entre Lula, Jacques Wagner, a de Luiz Inácio com o presidente da CUT nacional, Vagner Freitas e os curtos diálogos com a própria Dilma, me pareceram do mesmo teor.

Pode parecer pouco republicano, mas, de fato, é algo corriqueiro em um ambiente como o nosso. Lula fora nomeado para a Casa Civil tanto para salvar a sua carreira política como para jogar na forma mais arriscada possível, tentando manter o partido de governo - no mínimo - até o final do mandato e agora, quem sabe, tentando concorrer em 2018.
Estamos diante de um conjunto de medidas de tipo estrutura policial e jurídica com autonomia relativa, quase agindo por conta própria e, tecnicamente, tentando ficar dentro da lei. A conversa entre Dilma e Lula é proporcional aos ataques recebidos. Pode ser pouco republicana, mas é algo presumível e previsível. O que a todos surpreendeu foi a divulgação das gravações de Lula - todas autorizadas pela Justiça - e pelo visto, dentro de uma interpretação bem flexível da lei como da ética na política republicana.O juiz Sérgio Moro virou o fio, a Globo também, assim como a nova-velha direita ideológica.

Definitivamente, em escala midiática e sem participação das forças armadas ou algum poder moderador-interventor de tipo militar, o momento lembra o de 1954 em todos os aspectos. Se Lula recuar, acabou sua carreira política e o governo federal. Se ficar no cargo no limite da legalidade, o governo pode sobreviver e até renascer do limbo em 2018. Pode tanto sair preso, como pode terminar tudo em um processo de impeachment, como também - em proporção menor - terminar sendo eleito ou indicando quem irá suceder Dilma em 2018. O cenário esta totalmente aberto, e o projeto do pacto de classes e aliança capital-trabalho, definitivamente, foi para a tumba.

Como sempre, repito: não foi por falta de aviso.

Bruno Lima Rocha é professor de ciência política e de relações internacionais.

site: www.estrategiaeanalise.com.br
email: strategicanalysis@riseup.net
facebook: blimarocha@gmail.com

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