user preferences

New Events

França / Bélgica / Luxemburgo

no event posted in the last week

Pela autodefesa contra o antissemitismo;

category frança / bélgica / luxemburgo | migração / racismo | opinião / análise author Tuesday August 05, 2014 09:06author by Berckmanauthor email demarmazzoni at gmail dot com Report this post to the editors

UMA ANÁLISE DA DINÂMICA ANTISSEMITA NA FRANÇA;
I – Compreender a dinâmica antissemita para melhor a combater;
II – “Conspiração sionista-illuminatis”, o “reaparecimento” da conspiração “judaico e franco maçon”;
III – O impasse do legitimismo institucional nas instituições comunitárias;
IV - O impasse da opnião sionista;
V – A opção revolucionária: a única via para barrar o antissemitismo.

Na rua, na internet, no trabalho: o antissemitismo cresce. Pela primeira vez, na França, após a segunda guerra mundial, as crianças são assassinadas por serem judias, como em Ozar Hatorah e Toulouse. As sinagogas são atacadas, os cemitérios e as escolas comunitárias são vandalizadas. As pessoas são agredidas, insultadas, por serem judias ou por serem parecidos com tais. A propósito do crescimento na internet: a velha podridão da “conspiração judaíco mundial” reaparece e se propaga em grande velocidade pelos textos e vídeos...

I – Compreender a dinâmica antissemita para melhor a combater;

Contrariamente ao discurso das ideologias sionistas ( onde seu alter-ego “antisionistas” obcecado pela situação na Palestina), esse antissemitismo não é “uma importação do conflito israel-palestino” para a França. É o velho antissemitismo francês, europeu, que revive em força. É o antissemitismo difundido na Argélia pela liga antissemitista, que busca um meio de contrapor algerianos judeus e muçulmanos, para proteger o status quo colonial. É o antissemitismo racialista do nazistas, é o antissemitismo pseudo “revolucionário”, que se apresenta como “antissistema”, pois esse é o ultimo recurso da burguesia e do capitalismo para alterar a consciencial popular, e desviar a revolta popular contra os judeus apresentados como bode expiatório.

II – “Conspiração sionista-illuminatis”, o “reaparecimento” da conspiração “judaico e franco maçon”;

É uma velha técnica do comércio mudar a marca de um produto, quando este está a vender mal, para o relançar, fazendo passar por novo algo que já é velho.
O tema da conspiração “judáico e franco maçon” é associada ao nazismo. Portanto, esse tema é uma necessidade para o fascismo: ele permite se passar por um “revolucionário”, por um defensor dos “oprimidos” contra o “sistema”, associando os judeus (amalgamados ao sistema financeiro e ao poder) e os franco-maçons.
O conteúdo é o mesmo. O Fascismo joga assim o papel de ultima linha de defesa da ordem burguesa: por meio de todas as manifestações de ideologia racista, antissemitista dividindo os oprimidos, colocando uns contra os outros. Mas igualmente parece que o antissemitismo permite proteger a burguesia, deixando a invisível como classe proprietária e dirigente, a substituindo, na consciência popular, pela figura do “judeu” associado ao poder, ao dinheiro, aos bancos, por meio da ideologia antissemita.
Fazendo isso, ela se preserva de toda a crítica concreta a realidade da opressão e da exploração capitalista (exploração essa salarial, a propriedade privada dos meios de produção, a hierarquia, ao imperialismo militarista, a repressão e a violência do estado), atribuindo a crise não ao capitalismo mesmio, mas a seus “derivados” de um capitalismo financeiro, associado pelo jogo dos preconceitos antissemitas aos judeus.
Aqueles que falam de “conspiração sionista” o fundamentam usando como referência, não mais a ideologia sionista real ( um nacionalismo que se é traduzido concretamente pelo projeto e pela prática colonial na palestina), mas a uma ideologia antissemita forjada nos clássicos do racismo antissemita tal como “A France Judia” de Drumont ou o “protocolo dos Sábios de Sion” criado todos como provas pela polícia política do Império Russo (L’okhraran).
Frente a essa situação, a violência antissemita não pode continuar a crescer. As instituições comunitárias condenam a autodefesa judaica , conclamando os judeus a procurarem o braço protetor do Estado francês, se submeter a legalidade burguesa.

III - O impasse da legitimidade institucional nas instituições comunitárias;

Mas o estado francês, se faz grandes declarações condenando o antisemitismo, não há nenhuma intenção de lutar realmente contra uma ideologia vital para a defesa da burguesia francesa em períodos de crise. Tais declarações não fazem mais que contribuir para ficção de um “antirracismo de estado”, mas qual moral de um racismo de estado bem real ao nosso cotidiano.
É significativo que Manuel Valls( ministro do interior), que pretende interditar os espetacúlos de Dieudonné (humorista francês), é autor de um violento racismo contra os ciganos, outras vítimas da política genocída nazi. Que também Valls contínua a artícular uma política racista anti-imigração, e que o estado frances desenvolve cotidianamente para com as minorias nacionais arabes, negras e ciganos.
Tais declarações, a favor dos judeus, usualmente são utilizadas como arma pelo discurso antisemita que apresenta tais declarações como uma prova da influência judáica sobre o Estado. Por outra parte a deturpando a colera de uma parte das minorias nacionais arabes e negras do antirracismo contra o antissemitismo, da mesma maneira que o sionismo tende a deturpar a colera das minorias nacionais judias de antirracismo, um racismo antiarabe e islamofóbico.
Também, tais declarações são elas o pretexto do abondono por uma parte consequente do movimento dos trabalhadores na luta contra o antissemitismo, assimilando os melhores a um combate de guarda alta, mais nocivo a um terreno que não poderia beneficiar o estado, ou as correntes sionistas, fazendo um clime islamofobico (o antissemitismo popular, entendido de maneira errônea considerado como importação do conflito israel-palestino, não é mais que uma ideologia francesa e européia, uma constante da ideologia nacional francesa).
Na verdade, o estado frances e a burguesia francese se contrapõem as classes populares judia, que eles sacrificariam sem problemas se necessário, como ele são sempre vítimas do antissemitismo que explode.
Uma tal opinião não pode desarmar as classes populares judias em face a estruturação do antissemitismo.

IV - O impasse da opção sionista:

A segunda opção é difundida por diversas correntes sionistas. Apesar dessas correntes não condenarem a autodefesa judia, ele fomentam uma dinâmica exclusivamente comunutarista e sustentam o colonialismo israelense, que os conduz inevitavelmente ao racismo. Isolando assim a minoria nacional judia de possíveis aliados no movimento antifacista: movimento operário, as outras minorias nacionais, as minoriais sexuais. Desviando a autodefesa judia de seus objetivos iniciais ( autoproteção da nacional judia) instrumentalizando contra os opositores do colonialismo israelense, que não tem nada de antissemita. Desenvolvendo para isso aliança estratégicas com certos setores dos fascistas franceses ( a LDJ organiza assim ações conjuntas com os identitários). Assim como para com outros, estabelecendo aliança com forças reacionárias. Enfim, sobretudo organizar a luta contra o antissemitismo, o considerando como inelutável, e consagrando essencialmente sua energia para convidar as pessoas da minoria nacional judia para emigrar para Israel e abraças assim o projeto colonial israelense que se apresenta como “refugio” do antissemitismo. Numa oposição unida ao colonialismo israelense e o antissemitismo, tendo a compreensão do perigo antissemita no seio das classes populares, e no seio mesmo da minoria nacional judia. Apresentando Israel como um “refugio” em face ao antissemitismo, eles enfraquecem a luta contra o antissemitismo na Europa; em que deveria aplicar sua energia numa organização de autodefesa e na construção de alianças antirracistas, eles desviam toda essa energia para fortalecer o projeto colonial e a luta contra os anticolonialistas.

V – A opção revolucionária: a única via para barrar o antissemitismo

A terceira opção, é aquele que foi levada historicamente pelo movimento os trabalhadores revolucionários judeus, teorizado e posto em prática por militantes como Samuel Schwartzbad, Gustav Landauer, Emma Goldman, assim como muitos outros... Se estrutura através de duas frentes complementarias: autodefesa antifacista (no caso autodefesa judaica) e a luta no seio do movimento operário pela revolução social. A primeira frente, a luta contra a violência antissemita. Essa autodefesa deve ser organizada de maneira autônoma das instituições burguesas. Deve organizar o combate contra o antissemitismo aqui definido. Não deve ser disviado para beneficiar o projeto colonial israelense, o que o levaria para um posicionamento equivocado. Essa autodefesa deve se inserir numa dinâmica mais largo de autodefesa antiracista, procuram alianças com as outras minorias nacionais oprimidas, e maior com o movimento dos trabalhadores.
Para tanto, duas coisas são necessarias:
No seio do movimento operário e das outras minorias nacionais; Levar em conta a realidade, a necessidade e a atualidade de uma luta sem concessões contra o antissemitismo. Isso significa ao fim de toda complacência frente as correntes antissemitas, o reconhecimento da realidade da opressão antissemita na França, e de sua organização em andamento, assim que a determinação para o combate no plano ideológico, assim como pelo, uso da força caso seja necessário.
Ao seio da minoria nacional judaica: uma ruptura com o sionismo que se isola e torna impossível uma concreta aliança antiracista necessário para matar no ovo a dinâmica antissemitista. A inscrição da autodefesa judaica numa dinâmica de autodefesa antirracista, é, por assim dizer, a condenação das correntes racistas e islamofobicas que no seio da minoria national judaica procuram isolar esses de seus aliados naturais para manter o apoio ao projeto colonial israelense.
Essas duas condições são realizáveis e são vitais, mas necessitam das posições mais claras ao sio do movimento operário, ao seio das organizações das lutas populares. Todos aqueles que são conscientes do progresso do movimento facistas, do racismo em geral e do antissemitismo deveriam adotar nosso sentido e o consagrar.
O segundo eixo, quando a ele, consiste no combate pela revolução social, contra a sociedade de classes que nutre a divisão racista e antissemitista, pois essa divisão é necessária as classes dominantes, a burguesia, para “dividir pra ganhar”. O combate para a revolução social permite “tornar visível”, a classe dirigente que o antissemitismo por sua função torna invisível: a burguesia.

Um anarquista da minoria nacional judaica da França.
Minoria Nacional Judia: as pessoas que, sendo elas atéias ou religiosas, o judaismo faz parte de sua história familiar e pessoal, que fazem a memória da persegção (em negativo), de uma ou duas culturas comuns (em positivo). As pessoas que devido a essa história são excluidas pelos nacionalistas do romano nacional, dos corpos nacionais, e então são relegados a categoria de “minoria nacional” na França. Assim, as pessoas que se definem ou são definidas como judias, miradas pelo antissemitismo, mesmo se sua ligação com o judaismo é remoto.

Traduzido por Marcelo Mazzoni

Related Link: http://anarkismo.net/article/26612
This page can be viewed in
English Italiano Deutsch
© 2005-2024 Anarkismo.net. Unless otherwise stated by the author, all content is free for non-commercial reuse, reprint, and rebroadcast, on the net and elsewhere. Opinions are those of the contributors and are not necessarily endorsed by Anarkismo.net. [ Disclaimer | Privacy ]