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Credibilidade, paradoxo da política brasileira

category brazil/guyana/suriname/fguiana | a esquerda | opinião / análise author Friday June 01, 2012 22:58author by Bruno Lima Rocha - Federação Anarquista Gaúcha Report this post to the editors

Na lógica dos bastidores da política, é possível que Lula tenha pressionado Gilmar Mendes e que a Veja editou a informação como bem quis.
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Vivemos um paradoxo na política brasileira. Temos uma democracia sem povo e uma população incluída na dinâmica democrática pela via do consumo. Vejam bem, para quem tem pouco ou nada, algo já é muito.

Ao mesmo tempo em que, como um todo se vive muito melhor no país do que há dez anos, estamos muito mais desorganizados. Galvaniza o apoio popular sem base social definida um homem egresso das fileiras sindicais, mas que há muito abandonara a posição classista.

Luiz Inácio, como afirmara o ex-vice-presidente José Alencar, “é a encarnação do sonho americano”.

Como tal, é alvo de ataques de todo tipo, incluindo a suposta conversa que tivera com Gilmar Mendes em escritório do ex-ministro da Justiça de FHC, seu ex-ministro da Defesa e votante de José Serra em 2010, o jurista Nelson Jobim.

Bem, segundo a fórmula liberal, quando a população vê-se indefesa diante das maquinações de elites políticas, em tese, o jornalismo (mesmo sendo mídia na forma empresa), entraria para defender os interesses da maioria. Será?

Não dá mais para fingir que nada está acontecendo no país. Todas as empresas líderes da comunicação brasileira estão ameaçadas pelo avanço das transnacionais de telecomunicações, detentoras estas de um faturamento de 12 a 18 vezes superior das produtoras de conteúdo nacional.

Já estas empresas nacionais estão rachadas, polarizando atenção do governo de centro-esquerda e sendo mais ou menos raivosas, a reproduzir o “mar de lama” udenista (PIG golpista) ou a adesão oficial (PIG governista).

Se isto ocorresse na Venezuela, Equador ou Bolívia, a situação se agravaria porque a posição da mídia majoritária costuma ser a da reação contra as políticas distributivas oficiais. Em sociedades divididas, por vezes, as mídias incentivam os conflitos.

Já no Brasil, estamos mais próximos da bolha conservadora dos EUA, onde republicanos quase lunáticos e ultra conservadores tornam-se personagens (caricaturas de si mesmos, como já descrevi a nomenklatura tupiniquim) de fundamentalismos histéricos. A diferença é que por aqui não cola.

Diante da matéria da revista Veja, e tendo como holofotes Gilmar Mendes, Lula e Jobim, só nos sobram incertezas. Alguém em sã consciência duvidaria que Luiz Inácio pudesse realizar procedimento semelhante?

E, para agravar, algum cidadão pode afirmar com grau de certeza que a Veja está correta e realizara todos os procedimentos de checagem e conferência conforme os manuais de jornalismo investigativo?

Óbvio que para ambas questões, a resposta é não e não.

Bruno Lima Rocha

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