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Sobre Nossa Concepção de Anarquismo

category brazil/guyana/suriname/fguiana | movimento anarquista | opinião / análise author Friday May 25, 2012 18:55author by Coletivo Anarquista Bandeira Negra - CABNauthor email ca-bn at riseup dot net Report this post to the editors

Frente ao debate levantado e os questionamentos realizados a respeito da atividade comemorativa ao 1º de Maio por nós organizada, gostaríamos de, com bastante respeito e fraternidade, chamar atenção para nossa concepção de Anarquismo.


Sobre Nossa Concepção de Anarquismo


Em primeiro lugar, embora minhas idéias quanto à organização e realização do movimento estejam no momento mais ou menos definidas, pelo menos no que diz respeito aos seus princípios básicos, creio ser meu dever – como é dever de todos os socialistas – manter ainda por algum tempo uma atitude crítica e dubitativa. Resumindo: eu em público professo um anti-dogmatismo quase absoluto.
(Pierre-Joseph Proudhon)

Se a teoria anarquista tiver princípios absolutos, há algo errado com ela. Não há uma compreensão profunda para que ela possa expressar princípios absolutos. Ela pode expressar algumas preferências, idéias, princípios-guia, mas deve sempre poder ser questionada, pois realmente não sabemos o suficiente.
(Noam Chomsky)

Houve anarquistas, e ainda há, que, reconhecendo a necessidade de organização na sociedade futura e a necessidade de se organizarem agora para a propaganda e para a ação, são hostis a qualquer organização que não tenha por objetivo direto a anarquia e não siga os métodos anarquistas. Acreditamos, ao contrário, e a experiência já nos mostrou isso muito bem, que seu método condenaria o movimento anarquista a uma perpétua esterilidade. Favorecer as organizações populares de todos os tipos é a conseqüência lógica de nossas idéias fundamentais e, assim, deveria fazer parte integrante de nosso programa.
(Errico Malatesta)

O anarquismo é sindicalista desde o berço.
(Neno Vasco)


Frente ao debate levantado e os questionamentos realizados a respeito da atividade comemorativa ao 1º de Maio por nós organizada, gostaríamos de, com bastante respeito e fraternidade, chamar atenção para nossa concepção de Anarquismo.

Há na tradição anarquista, desde seu nascimento, múltiplas formas de interpretação das estratégias de ação dos anarquistas. Se o Anarquismo fosse encarado como uma fórmula, uma doutrina única de atuação e pensamento, tornaria-se uma religião em que uma única forma de atuação seria legítima e imposta de maneira arbitrária a todos que se reivindicassem anarquistas.

Entendemos que ao longo da história, duas grandes linhas estratégicas se desenvolveram e tiveram diferentes papéis a desempenhar: uma linha de massas e uma linha insurrecionalista.

Não estamos aqui para declarar qual a estratégia correta ou qual a linha justa para atuação do “verdadeiro” Anarquismo, mas fizemos a nossa escolha. Intencionamos propagar uma linha de massas, aberta a atuação e organização junto a um amplo setor dos trabalhadores e dos movimentos populares, caminhando sempre junto a eles e nunca à frente do povo e de seu grau de organização e radicalidade, pois entendemos que somente junto às lutas dos explorados e oprimidos da sociedade (por menores que possam parecer suas reivindicações no início) teremos chances de construir um verdadeiro projeto de Poder Popular. Lutamos por uma profunda e radical mudança social, mas essa transformação revolucionária da sociedade pela qual lutamos necessita de um amplo protagonismo social para possuir chances de vitória. Esse protagonismo só pode ser construído a partir da participação ativa das massas nas lutas, com organização e estimulando sempre um leque mais amplo de conquistas no processo. Caso contrário, lutaremos isolados ou contra os interesses dos demais trabalhadores.

Esta linha de massas, representada historicamente por anarquistas como Proudhon, Bakunin, Malatesta, Kropotkin e outros sempre foi a linha mais atuante e hegemônica do Anarquismo, o que não quer dizer que militantes insurrecionalistas como Sacco e Vanzetti, Ravachol e Luigi Galiani não possuam expressão e história marcados dentro de nossa tradição.

Respeitamos outras concepções e estratégias de ação por entendermos ser fundamental a liberdade de associação e de organização dos anarquistas de acordo com seus propósitos e princípios. Temos nossas posições mas não buscamos impor elas a ninguém e desejamos sucesso a outros projetos de organização anarquista.

Trabalharemos juntos naquilo que nossos projetos possuírem afinidade, e separados – sempre de forma respeitosa, ética e solidária – quando esta afinidade política não existir.

Por fim, esclarecemos que as atividades públicas que temos organizado são abertas ao público em geral, anarquista ou não anarquista. Não temos a pretensão de que esses espaços sejam os únicos espaços dos anarquistas, mas também não queremos nos manter isolados em círculos fechados.

Coletivo Anarquista Bandeira Negra

Maio de 2012

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